Conheça a história do Boi Brilhante Negro, uma das atrações do Festival Folclórico de Autazes

Por Erick Sebastião* |
Fotos: Pedro Nunes |

Ao redor do Brasil existem muitas culturas e tradições entre os povos, danças, costumes e festivais que enchem o coração do público de alegria. Dentre os Estados, o Amazonas se destaca, possuindo uma série de festividades e tradições únicas, como por exemplo em Manacapuru, que tem o famoso Festival de Cirandas, em Maués a Festa do Guaraná, em Parintins o famoso Festival de Parintins, em Manaus o Festival de Ópera e entre vários outros que preenchem a cultura desse povo único.

Em Autazes, uma festividade antiga também toma a frente do povo novamente, o Festival Folclórico de Autazes. O evento que retorna à programação cultural do município após alguns anos, ocorrerá no Parque de Exposições Jair de Menezes Tupinambá, no Bairro Jair de Menezes, nos dia 28 e 29 de Julho.

O festival terá como centro, dois Bois: Mineirinho e Brilhante Negro, que serão os protagonistas dessa festividade e se apresentarão por meio de danças e músicas, representando a beleza da cultura amazonense.

Boi Brilhante Negro

Hoje falaremos do Boi Brilhante Negro, um dos preferidos pelos autazenses e que possui uma bela e vasta história desde a sua primeira aparição em 2016.

Segundo Zildo Vieira dos Santos, representante do boi Brilhante Negro, o mesmo surgiu em 2016, a partir de um grupo de amigos que pretendiam criar um boi para participar do Festival Folclórico e que pudesse dar seguimento à história de outros bois como Corre Fama e Douradinho, que já haviam se “aposentando” dos palcos e que os incentivavam a dar seguimento na sua tradição. Foi assim então que naquele mesmo ano, com a ajuda da Professora Magali de Souza Melo, representante do boi Douradinho e Diretora da Escola Vidal Gomes de Melo, eles conseguiram dar início ao seu projeto e realizaram a sua primeira aparição em público, usando os equipamentos do boi Douradinho e a fantasia do boi Diamante Negro de Nova Olinda do Norte (cidade vizinha de Autazes).

Depois da sua aparição no festival Folclórico de 2016, o boi permaneceu parado por um tempo até 2022, quando o boi Douradinho, já sem utilidade para os mesmos, doou todos os seus equipamentos para a equipe do Brilhante Negro, que assim ficou responsável por repassar a história e as memórias de seus antecessores, o Corre Fama e o Douradinho, que já não existiam mais.

Ainda em 2022, já com seus próprios equipamentos que lhes foi doado, o boi Brilhante Negro realizou ainda uma pequena apresentação, na Quadra Nicolau de Souza Bello, no dia 12 de Julho.

Já nesse ano, a equipe que não tinha muitos planos para o seu boi, recebeu o ilustre convite do ex-professor de Geografia e um dos organizadores do Festival Folclórico de Autazes, Mário Fernando Fragata da Cunha, para participarem do Festival como um dos bois competidores, ao lado do Mineirinho e, assim, aceitando o convite, eles seguem com os preparativos para a sua primeira competição oficial, no qual eles trarão como tema: “O Caboclo Autazense”.

A respeito do Boi e sobre suas expectativas para o Festival Folclórico de Autazes, Zildo comentou ainda: “Nós estamos com uma expectativa muito boa, confiamos muito em nosso trabalho e na história dos outros bois antecessores que nós carregamos. Nossa intenção não é ser rivais ou adversários, queremos apenas mostrar para as pessoas a beleza da nossa festa, das nossas culturas e tradições autazenses, queremos que as pessoas se interessem mais e prezem mais por essas belezas do nosso município. É uma tristeza que nesse ano, quando o festival regressa, nós não tenhamos a participação do nosso querido Douradinho, ou do Corre Fama ainda, porém, nós iremos participar e por meio do Brilhante Negro, queremos repassar e honrar a história deles, por meio das nossas apresentações, danças, músicas e toadas”.

Atualmente, o Boi Bumbá Brilhante conta com cerca de 300 participantes do grupo e mais dezenas de torcedores ao redor do município, que depositam neles, a confiança e o amor que possuíam pelos outros dois bois antecessores.

*Do Projeto Jovens Comunicadores de Autazes.