Raízes e evolução: a centenária jornada de Antônio Gonçalves, um dos primeiros moradores de Autazes
Por Erick Sebastião* |
Foto: Erick Sebastião |
Em Autazes, Terra do Leite e da Silvinita, além de ser um dos mais queridos municípios do interior do Amazonas, possui uma das belas histórias, originada ainda durante o período da Cabanagem no Estado. De início, o território autazense não possuía quase nada, apenas matas virgens e um povo indígena límpido que habitava a região.
Com o tempo, uma pequena vila surgiu, formada por indígenas e migrantes de toda parte que desejavam iniciar uma nova vida, e dentre esses viajantes, um exemplo é o do autazense Antônio Gonçalves dos Santos, de 101 anos de idade.
Cearense de nascimento, ele havia saído de sua terra natal há muitos anos com seus pais e, seguindo o fluxo do rio Amazonas, chegou a morar em vários locais, como Botafogo, Humaitá e Rio Branco (Acre), por fim, acabou fincando raízes em Autazes, no dia 22 de junho de de 1947, quando tinha apenas 25 anos de idade.
Ao chegar no município, Sr. Antônio diz ter se deparado com uma pequena vila de barro com o nome Autaz-Açu, que tinha apenas uma “igrejinha” católica de madeira localizada na frente da cidade e que reunia o povo durante seus festejos.
Ainda de acordo com o Sr. Antônio, ele participou diretamente da evolução da “pequena vila”, trabalhando ao lado de vários outros moradores locais na construção de ruas, estabelecimentos, casas, entre outros. Ele diz ter atuado ainda como pescador, ajudante de pedreiro, soldado da borracha, agricultor, entre outros empregos do qual retirava sua renda.
O mesmo se lembra de ter presenciado ainda a chegada do primeiro padre à vila, o Frei Inácio, além também da chegada do primeiro carro às terras autazenses, o que ocasionou em uma cena engraçada, onde os moradores admiravam assustados aquele veículo estranho que andava pelas ruas.
Em entrevista exclusiva ao Portal No Ar Autazes, o Sr. Antônio disse ainda: “Valeu muito a pena ter vindo para essa terra querida que é Autazes, poder ter feito parte da história desse município, desse povo. Hoje em dia as coisas não são nem um pouco parecidas como eram antes, mas é bom poder ver a modernidade, o avanço que nosso povo autazense dá a cada dia”, ressaltou.
Atualmente, o Sr. Antônio se encontra muito bem, tendo ainda uma família com 5 filhos, que construiu com sua falecida esposa, Maria José Mascena Alves.
*Do Projeto Jovens Comunicadores de Autazes.