Conheça a origem das Pastorinhas de Parintins: tradição e encanto na Amazônia

Por Eliziane Figueiredo* |
Fotos: Divulgação |

Em meio as grandiosas celebrações do Festival de Parintins, onde os bois Caprichoso e Garantido encantam multidões com suas alegorias e danças, um outro aspecto cultural igualmente rico e significativo se destaca: as Pastorinhas de Parintins. Este grupo folclórico tradicional mantém viva uma prática cultural que remonta às origens do teatro popular no Brasil, misturando religiosidade, música e dança.

As Pastorinhas são uma manifestação folclórica que se originou no Brasil colonial, influenciada pelas festas de Natal europeias e pela cultura indígena e afro-brasileira. Em Parintins, essa tradição se consolidou ao longo dos anos, tornando-se uma parte vital da identidade cultural local.

Contam os antigos que logo no começo, as Pastorinhas contavam a história do nascimento de Jesus, encenada por jovens que cantavam e dançavam, vestidas em trajes coloridos e cheios de simbolismo.

Para Etelvina Santos, 82 anos, as Pastorinhas faz parte da história de vida e legado da sua Mãe, Beatriz Nascimento, parintinense, que enquanto vida teve, não deixou a tradição acabar.

“Minha mae, mesmo depois que veio morar em Manaus, não parou de colocar as pastorinhas nas ruas de parintins e também de Manaus, lembro das nossas roupas coloridas e dos ensaios de músicas para que, às vesperas de Natal, nos apresentassemos em bairros, era algo muito lindo”.

Em Parintins, as Pastorinhas são além de um espetáculo, uma celebração comunitária que reúne gerações. As apresentações ocorrem principalmente durante o Natal, mas a preparação começa meses antes. As danças das Pastorinhas são acompanhadas por músicas tradicionais que misturam elementos de canto gregoriano com ritmos indígenas e afro-brasileiros.

Manter viva a tradição das Pastorinhas em Parintins é crucial para a preservação da identidade cultural da região. Essa prática não apenas celebra a religiosidade e a história local, mas também fortalece os laços comunitários. Jovens e adultos participam juntos, transmitindo conhecimentos e habilidades de geração em geração.

*Do projeto Jovens Comunicadores de Parintins