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Desafios e esperanças no interior: o relato de um morador da comunidade do Taboca

Por Ramilly Ribeiro*|
Fotos: Arquivo pessoal

As comunidades rurais têm passado por uma série de transformações ao longo dos anos, refletindo mudanças nas condições de vida e nas relações sociais. Edinaldo Teixeira Félix, de 37 anos, nascido em Careiro Castanho e atualmente residente na Comunidade do Taboca, compartilha suas experiências e observações sobre essa evolução.

Edinaldo relembra com clareza as dificuldades enfrentadas antigamente. “Não havia energia elétrica, então tínhamos que carregar água no balde. A seca dos rios tornava ainda mais difícil lavar as coisas e realizar tarefas diárias”, explica. O trabalho no campo, especialmente com a mandioca, era árduo. “Era um tempo cruel. Hoje em dia, as coisas estão melhores, mas naquela época tudo era mais complicado”, comenta.

Superar essas adversidades exigia uma forte união entre os membros da comunidade. “As pessoas eram unidas, um ajudava o outro. Era essa cooperação que nos permitia superar qualquer desafio”, afirma Edinaldo. Ele destaca que, apesar das facilidades trazidas pela energia elétrica e outras modernizações, as relações pessoais se enfraqueceram. “Hoje, algumas coisas ficaram mais fáceis, mas a união entre as pessoas diminuiu”, observa.

A educação também sofreu mudanças significativas. Edinaldo recorda que a qualidade do ensino era superior no passado. “Tudo que sei hoje, aprendi no interior. Atualmente, muitas crianças estão no primeiro grau e não sabem ler direito. Antigamente, se você não soubesse, não passava. Era difícil, mas a qualidade do ensino era melhor”, afirma. Ele acredita que a rigidez do sistema educacional antigo resultava em uma formação mais sólida para os alunos.

Edinaldo expressa tanto preocupações quanto esperanças para o futuro de sua comunidade. “A união é fundamental. Hoje, há muitas brigas e desunião. Precisamos evoluir e resolver muitas questões nas comunidades. A dependência da política é um problema. As comunidades deveriam ser autossuficientes e bem administradas, mas a falta de união e organização impede o progresso”, reflete.

A experiência de Edinaldo em Manaus, onde trabalhou como motorista de Uber, ilustra um contraste marcante com a vida no interior. “Fiquei quase dois anos em Manaus, mas a violência me preocupou. Vários colegas foram mortos e eu decidi voltar para meu município. Aqui, é calmo e posso pescar, caçar e me divertir no mato e à beira do rio. Não gosto da cidade grande, prefiro a tranquilidade do interior”, conclui.

*Do Projeto Jovens Comunicadores de Careiro

 

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