Artista Jheff Soares lança primeiro curta-metragem como roteirista e diretor em Ariquemes

Por Mayssa Ludmila* |
Fotos: Jheff Soares |

O artista Jheff Soares, de Ariquemes, estreia seu primeiro curta-metragem como roteirista e diretor, um projeto que marca sua primeira contemplação por um edital de fomento cultural, a Lei Paulo Gustavo.

O curta “Cadarço branco, Tênis preto”, que será lançado no canal do YouTube da produtora Transcendental Filmes, nesta terça-feira (15/10), também terá uma sessão especial para o público no auditório da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), às 16h15, com entrada gratuita.

Sobre o curta

A obra, uma distopia atemporal, retrata uma realidade peculiar onde os habitantes de uma cidade são obrigados a usar sapatos com cadarços bem amarrados sob risco de punição.

O prefeito, que também é o dono das fábricas de calçados, utiliza esse artifício para obrigar a população a consumir seus produtos. O curta oferece uma crítica ao sistema econômico e como ele molda comportamentos, além de abordar questões sobre preconceitos ligados a cor e nível social.

O filme é inteiramente em preto e branco, reforçando a ideia de atemporalidade, e todas as cenas são filmadas a partir da perspectiva dos pés dos personagens, aumentando o clima de mistério.

A inspiração por trás da obra

Jheff revelou que a ideia para o filme surgiu em 2018, quando participou de um curso de produção audiovisual no Colégio Estadual do Paraná, em Curitiba.

“Esse foi meu primeiro roteiro, mas na época não conseguimos produzi-lo. A inspiração veio da observação de como a sociedade se relaciona com questões materiais e como isso impacta seus ideais morais. Quero que o filme provoque reflexões sobre essas escolhas”, destacou.

Um novo passo na carreira

Embora este seja seu primeiro trabalho como roteirista e diretor, Jheff já tem experiência na produção audiovisual. Ele atuou como editor e montador no documentário sobre a vida e obra do artista rondoniense Flávio Dutka, também disponível no canal da Transcendental Filmes.

“Apesar de ser meu primeiro projeto contemplado por um edital, já estive envolvido em outras produções, mas sempre nos bastidores”, disse.

Para Jheff, o processo de gravação foi desafiador, mas recompensador. “Foi uma experiência intensa. Eu sabia que haveria obstáculos, mas não imaginava tantos. A produção audiovisual é cansativa, como qualquer trabalho que exige muito de você. Tivemos dificuldades em encontrar elenco, fizemos dois testes e apenas três pessoas apareceram. Foi complicado, mas conseguimos montar o time de forma orgânica, boca a boca”, contou.

“Acredito que, por ser algo novo em Ariquemes, as pessoas ainda têm dificuldade em acreditar quando um projeto desse tipo acontece na cidade”, completou.

Ficha técnica do curta-metragem:

Roteiro e Direção: Jheff Soares

Direção de Fotografia: Jackson Fatel

Direção de Arte: Ingrid Oliveira

Produção: Negra Mari

Assistente de Produção: Débora Felber

Assistente de Áudio: Alan Oliveira

Trilha Sonora: Cruz Beat

Edição de Áudio: Caio Nobre

Marketing: Mayssa Ludmila

Edição e Montagem: Jheff Soares

O filme promete abrir novas discussões em Ariquemes, com sua crítica ao sistema e um estilo visual inovador.

*Do Projeto Jovens Comunicadores de Ariquemes