Zona Franca de Manaus sobe estimativa para produção de motos, mas reduz de bicicletas
Por Redação |
Foto: Divulgação Abraciclo |
A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) elevou, nesta sexta-feira (14), a expectativa para a produção de motocicletas na Zona Franca de Manaus neste ano, mas reduziu a projeção sobre a fabricação de bicicletas. Entenda os ajustes nas projeções da entidade.
De acordo com a Abraciclo, em 2022, a produção de motocicletas deve girar em torno das 1.420.000 unidades, volume 18,8% superior às 1.195.149 unidades fabricadas no ano passado. Os números são semelhantes aos patamares de 2014, antes do país enfrentou dois anos seguidos de recessão.
Marcos Fermanian, presidente da associação, avalia diversos fatores e a tendência para os próximos meses. Ele aposta em uma retomada mais forte do segmento.
“As unidades fabris mantêm a curva de produção ascendente e o mercado pede por mais motocicleta. Hoje o consumidor procura por um veículo ágil, econômico e com baixo custo de manutenção para seus deslocamentos”, diz.
Fermanian destaca, ainda, o avanço dos serviços de entrega, que já vinha crescendo e ganhou impulso com a pandemia. “Muitas pessoas utilizam o modal como instrumento de trabalho, seja como fonte de renda ou para complementar o salário”, explica.
Com a nova previsão, o segmento de motocicletas deve ficar próximo aos patamares alcançados há oito anos, quando foram produzidas 1.517.662 unidades. “Ainda estamos bem distantes do recorde de 2,1 milhões de motocicletas produzidas em 2011. Mas acreditamos que, devido ao aquecimento do mercado, a indústria estará gradualmente retomando sua produção”, avalia.
Expectativa sobre bicicletas em queda
Na contramão dos dados relacionados à produção de motocicletas, a Abraciclo estima que até o fim do ano 630 mil bicicletas serão fabricadas, o que representa uma retração de 15,9% na comparação com as 749.320 unidades que saíram das linhas de montagem no ano passado.
O vice-presidente do segmento de bicicletas, Cyro Gazola, afirma que o setor está sendo fortemente impactado pela conjuntura econômica que reduziu o poder de compra do brasileiro. “A procura pelos modelos de entrada registrou forte queda. Muitas pessoas postergaram ou simplesmente desistiram de adquirir uma bicicleta”, esclarece.
Gazola ressalta que a crise no abastecimento está longe de ser solucionada. Cerca de 50% dos itens de uma bicicleta, como quadros, sistemas de freios, transmissões, suspensões e selins são importados de fornecedores globais. “A falta de peças e componentes continuará a comprometer a produção nos próximos meses. É uma crise global, que afeta todas as fabricantes do mundo”, ressalta.