Andreia Gomes e sua missão de proteção em Iranduba
Por Murilo Andrade*|
Fotos: Arquivo Pessoal|
Andreia Gomes, assistente social de 46 anos, é peça fundamental no Conselho Tutelar de Iranduba, cidade que reside desde os 10 anos de idade. Sua trajetória na assistência social teve início de forma inesperada. “Na verdade, eu nunca pensei em ser assistente social,” revela Andreia. “Como sou da primeira turma de um programa de bolsas em Manaus, quando foi lançado, olhei a grade do curso de assistente social e me apaixonei. Decidi fazer mesmo com alguns familiares dizendo que não era uma profissão que me deixaria rica. Eu disse que era o que queria ser, então fiz e não me arrependo. É algo que amo fazer e me encantei.”
O trabalho de Andreia no Conselho Tutelar é multifacetado e cheio de desafios. “Quando cheguei no conselho, começamos a trabalhar com reconhecimento de paternidade, mesmo quando o pai está recluso, e com documentos de crianças. Em Iranduba, há um índice enorme de crianças sem documentos porque os pais também não têm documentos. Então, para resolver os problemas das crianças, temos que resolver primeiro os documentos dos pais. Com o conselho, conseguimos resolver esses problemas.”
Processo de intervenção e acompanhamento
O processo de identificação e intervenção em casos de vulnerabilidade infantil é minucioso e cuidadoso. “Fazemos visitas domiciliares, elaboramos relatórios e encaminhamos para os órgãos competentes, como o Ministério Público. Dependendo da situação, encaminhamos à delegacia. Em alguns casos, fazemos o acompanhamento contínuo das famílias”.
Colaboração com outras instituições
A parceria com outras instituições e profissionais é essencial para garantir o bem-estar das crianças e adolescentes. “A delegacia não dá continuidade ao processo sem o meu relatório. O Ministério Público solicita que eu faça o atendimento da criança para o relatório. Isso mostra a importância de uma assistente social no conselho tutelar.”
Impacto esperado
O impacto que Andreia espera ter na vida das crianças e adolescentes é profundo. “Quero causar um impacto positivo, mudar a realidade. Muitas crianças chegam aqui se sentindo culpadas por serem abusadas. Conversamos, explicamos a situação, e vemos uma mudança nelas. Sempre digo que estarei aqui para elas, até quando só quiserem conversar.”
*Do Projeto Jovens Comunicadores de Iranduba