
Obras “As aventuras da Cunhã” e “Caprichoso: o livro das lendas” são lançadas na Bienal do Livro 2025, no RJ
Fotos: Divulgação
A força, a alegria e a imaginação da Amazônia ganharam destaque no último domingo, 15 de junho, na Bienal do Livro 2025, no Rio de Janeiro, com o lançamento da obra “As aventuras da Cunhã”, da Editora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A HQ, organizada por Isabelle Nogueira e pelo pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da UEA, Darlisom Ferreira, apresenta a personagem Cunhã, inspirada na trajetória de Isabelle como cunhã-poranga (moça-bonita) do Boi Garantido e símbolo de força e representatividade.
Na história, Cunhã sai de uma sala de aula e embarca, com seus amigos Manu e Gerson, sua mãe Jaqueline e a arara Jackson, em uma viagem de barco rumo ao Festival de Parintins. Pelo caminho, o grupo vive aventuras que celebram os mitos, os saberes do povo da floresta e os encantos da Amazônia, em uma narrativa que mescla coragem, fantasia e tradição.
Com ilustrações e linguagem acessível, a HQ busca dialogar com leitores de todas as idades, despertando o interesse pelas raízes culturais da região, por meio de uma estética cuidadosa que transporta o leitor para a Parintins, a Ilha da Magia.
Orgulho amazônida
Professora por formação e apaixonada pela educação, Isabelle Nogueira fala sobre o sonho de levar orgulho e pertencimento às crianças da Amazônia por meio da HQ “As aventuras da Cunhã”.
“A educação é a chave para transformar o mundo. Sonhei com esta obra para que alcançasse todos os públicos, algo que a família inteira pudesse aproveitar. É na infância que plantamos as sementes que esperamos colher no futuro. Quero que as crianças, especialmente as da Amazônia, sintam orgulho da nossa cultura, da nossa história, de tudo o que temos”, destacou Isabelle. O quadrinista Eunuquis Aguiar Muniz é responsável pelas ilustrações da obra.
Celebração de lendas do Boi Caprichoso
“Caprichoso: o livro das lendas” reúne, em palavras e imagens, as lendas que encantaram o público nas apresentações do Boi Caprichoso no Festival de Parintins desde 1996, resgatando parte essencial do legado artístico e da memória cultural amazônica. O lançamento ocorreu no sábado (14/06), no estande da Associação Brasileira das Editoras Universitárias (Abeu), durante a Bienal do Livro 2025, no Rio de Janeiro (RJ).
Organizado por Diego Omar da Silveira, Thayron Rodrigues Rangel e Roberto Sena, o livro é resultado de um trabalho de pesquisa e curadoria iniciado no Centro de Documentação e Memória do Boi-bumbá Caprichoso (Cedem). Desde 2021, o centro se dedica à preservação da história e da memória da agremiação azul e branca. Com esta nova publicação, o grupo reafirma o compromisso com a valorização da identidade amazônica por meio da cultura popular.
A publicação dá continuidade ao esforço editorial que começou com “O Livro da Toada”, lançado em 2021 e reeditado em 2024. A nova obra mergulha no universo simbólico que o Boi Caprichoso tem levado à arena, revelando como essas lendas hoje ultrapassam a função de alegoria para se afirmar como expressões de uma cosmopolítica amazônica viva, plural e enraizada nas tradições orais indígenas, ribeirinhas e caboclas.
Organizador da obra e docente do Centro de Estudos Superiores de Parintins da UEA, o professor Diego Omar destaca que o livro é mais uma etapa de um trabalho contínuo do Centro de Documentação e Memória do Boi Caprichoso (Cedem).
“Este livro dá continuidade à coleção “Bumbás de Parintins, nosso patrimônio”. Nosso foco é o trabalho de digitalização, coleta e organização dos acervos visuais do boi. Parte desse material está presente na obra, como croquis e desenhos originais das alegorias. Já planejamos novas publicações, como o “Livro dos rituais” e o “Livro das figuras típicas”, para seguir mapeando tanto a trajetória visual quanto ideológica das apresentações do Caprichoso”, contou.
*Com informações de assessoria de imprensa
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