
Conheça a trajetória de Carlos Alberto na educação em Rio Preto da Eva
Por Iasmim de Moraes Tavares* | Foto: Arquivo pessoal
Carlos Alberto Araújo, 61 anos, dedicou 25 anos à educação, transformando vidas por onde passou. Sua jornada começou na comunidade da ZF9, no Amazonas, onde, sob a sombra de uma árvore, ensinava sete irmãos da região de Caraoari. Apesar de ter iniciado a faculdade de enfermagem, o destino o levou à sala de aula – ainda que improvisada – e ali descobriu sua verdadeira vocação.
Com poucos recursos, investia do próprio bolso em cadernos, giz e quadros, valorizando cada pequeno avanço dos alunos. Com o tempo, o grupo inicial de sete crianças cresceu para quinze, e Carlinhos, como é carinhosamente chamado, adaptou espaços com criatividade: construiu banheiro improvisado, organizou uma pequena escola e transformou a realidade local por meio da educação.
Em 1989, foi convidado a lecionar em Rio Preto da Eva e, no ano seguinte, tornou-se professor oficialmente. Em 1998, integrou o quadro da prefeitura, ampliando seu impacto ao lecionar para adolescentes e jovens da cidade. A emoção de ser reconhecido como “Professor Carlinhos” o marcou profundamente, revelando o valor do seu trabalho na vida dos alunos.
Apesar das conquistas, Carlinhos lamenta a burocracia que, segundo ele, enfraquece o verdadeiro ensino. “Hoje, somos obrigados a aprovar, mesmo quando o mérito não existe”, desabafa. Ainda assim, abandonar a sala de aula nunca foi uma opção. Para ele, ser professor é mais do que ensinar: é conquistar a confiança dos alunos e aprender com eles diariamente.
Aos que desejam seguir a carreira, ele deixa um conselho direto: “Não escolham ser professor pelo salário, mas pelo amor às pessoas e ao ensino.” Sua trajetória é prova de que educar é um ato de coragem, entrega e esperança. Professor Carlinhos se tornou mais do que um mestre – é um símbolo de dedicação e paixão pela arte de ensinar.
*Do Projeto Jovens Comunicadores de Rio Preto da Eva
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