Cunhã-poranga do Boi Caprichoso fala sobre preparação para o 56º Festival Folclórico de Parintins

Por Alexandre Pequeno |
Fotos: Boi Caprichoso e Divulgação |

“Vou dar o meu melhor para conquistar o bicampeonato do Boi Caprichoso”. A afirmação é de Marciele Albuquerque, cunhã- poranga do Boi Caprichoso que se diz preparada para mais um embate no Bumbódromo de Parintins, nos dias 30 de junho, 1º e 2 de julho de 2023.

De acordo com a cunhã, sua preparação não começou agora, mas há alguns meses. “Terminou o festival do ano passado, a gente já começou a preparação principalmente física e a gente vem aí ao longo desse período construindo tudo para levar para arena”, completa.

Com foco no bicampeonato, Marciele afirma estar com um olhar diferente para justificar essa preparação antecipada para o festival. A última vez que o bumbá foi bicampeão, em 2018, Marciele estava em seu segundo ano no item 09.

No ano passado, Marciele foi campeã no item, empatada com a rival Isabelle Nogueira, ambas com 60 pontos, pontuação máxima possível para um item individual no festival folclórico.

Trajetória e lutas

Descendente do povo Munduruku, de Juruti, Marciele iniciou sua trajetória em festivais no Festival das Tribos Indígenas de Juruti, conhecido popularmente como Festribal, que acontece no oeste do Pará.

Desde 2012, após mudança para Manaus, Marciele passou a fazer parte do Corpo de Dança Caprichoso (CDC Manaus), até ser convidada pelo então presidente Babá Tupinambá para entrar na arena do Bumbodromo, em 2017.

Envolvida nas lutas das causas indígenas, participou da Marcha Nacional das Mulheres Indígenas, em Brasília, em 2021.

Detentora de uma dança rústica, forte e marcante, Marciele orgulha-se do título de “cunhã tribal”, ao defender seu item de forma aguerrida para representar as lutas de todas as mulheres indígenas em temáticas lendárias e épicas na arena do Bumbódromo.