De agente de portaria a um artesão talentoso em Manaquiri, conheça a trajetória de Francisco Martins
Por Tayla Silva* |
Fotos: Arquivo pessoal |
Francisco Joarles da Silva Martins, de 32 anos, um artesão e empresário na área de transporte fluvial em Manaquiri, Amazonas, possui uma trajetória de descoberta no mundo da arte.
Além de promover passeios turísticos pela região, Francisco também é um artista visual e escritor de lendas, sempre buscando novas formas de expressar sua criatividade e amor pela Amazônia.
Filho de Sr. Joselho e Marlethy Monteiro, além de marido de Cláudiane Cardoso, Francisco vem de uma família com uma forte influência artística.
Sua mãe e o tio-avô, Washington Leite, foram grandes influências no artesanato. No entanto, foi durante seu trabalho como agente de portaria, em Manaus, que Francisco teve seu primeiro contato com a arte.
Motivado pela necessidade de ter uma caneta de assinatura, ele decidiu criar sua própria caneta de madeira. A facilidade de acesso a materiais de marcenaria em seu local de trabalho permitiu que ele explorasse essa nova habilidade.
A primeira caneta feita à mão foi o ponto de partida para a descoberta de sua capacidade criativa no artesanato.
Pirografia
Determinado a personalizar suas criações, Francisco mergulhou no estudo da pirografia, a arte de decorar madeira com uma ponta de metal aquecido, uma técnica que ele já conhecia superficialmente pelos trabalhos de sua mãe.
Com materiais reciclados, como sucata de computador, ele montou sua primeira máquina de pirografia. Este foi seu primeiro passo significativo na arte de desenhar em madeira, culminando na criação do primeiro quadro.
Seu talento não passou despercebido. O professor Wagner Oliveira, então titular da secretaria municipal de educação, ficou impressionado com seus desenhos e o incentivou a desenvolver lendas amazônicas em suas obras, ressaltando a importância do pertencimento à cultura local.
Reconhecimento
Embora a arte visual não tenha proporcionado muitas oportunidades inicialmente, Francisco nunca desistiu. Ele participou de diversas feiras promovidas pela prefeitura e recentemente ganhou reconhecimento por meio de um projeto contemplado pela lei Paulo Gustavo.
Atualmente, suas obras não só representam a cultura amazônica, mas também são levadas para outras cidades, como Manaus, Manacapuru e Autazes, promovendo Manaquiri e sua rica herança cultural.
“Para mim, o artesanato é mais do que um hobby, é uma válvula de escape que me permite relaxar e refletir. Cada peça criada é uma manifestação física dos pensamentos e sonhos, uma expressão de amor pela cidade, família e amigos”, ressalta.
*Do Projeto Jovens Comunicadores de Manaquiri