Em 2024, Boi Garantido exalta a ancestralidade amazônica em busca do título do 57º Festival de Parintins
Por Alexandre Pequeno* |
Fotos: Raine Luiz |
Em busca do 33º título do Festival de Parintins, o Boi Garantido apresentou seu projeto de arena em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira, 26/06, no restaurante Vila Bulcão, na avenida Amazonas, Centro de Parintins.
A coletiva contou com a presença de membros da diretoria, autoridades e itens individuais do bumbá vermelho e branco. Garantido irá celebrar, em três atos, a resistência e a defesa da cultura popular como farol da tradição do fazer humano na Amazônia.
“Nós vamos fazer com que todo mundo tome o conhecimento que a Amazônia tem uma origem, que o Garantido tem uma origem, e que dessa origem nós temos um caminho, um caminho da esperança, da esperança de que a gente possa o ter essa Amazônia como farol desse planeta”, adiantou o presidente do Garantido, Fred Góes.
1ª noite – “A menina dos olhos do mundo”
A primeira noite de apresentações do Garantido no festival tem como tema “Menina dos olhos do mundo”, frase na qual o poeta Thiago de Mello referiu-se à Amazônia.
A lenda amazônica apresentada na noite será “Noçoken”, que conta a origem da humanidade segundo a etnia Sateré-Mawé. O momento folclórico “Beija-flor – Origem Ancestral” reconta a vinda dos nordestinos para a Amazônia, trazendo na bagagem o bumba-meu-boi, que chega para tornar-se o boi-bumbá.
A Figura Típica Regional desta noite, “Ribeirinha”, exalta a história de Alexandrina Monteverde, mãe do criador do Garantido, Lindolfo Monteverde. Finalizando a noite, o ritual “Transcendência Kanamari”, traz a batalha do pajé para neutralizar as forças maléficas que afligem seu povo.
2ª noite – A cidade de Lindolfo
Na segunda noite de apresentações, Garantido revela o segredo da ancestralidade amazônica. A lenda apresentada será “As Icamiabas”, icônicas mulheres místicas descritas como guerreiras e conhecidas como as famosas “Amazonas”.
A Figura Típica Regional irá mostrar “Os Vaqueiros”, trabalhadores atuam em interação com campos, florestas, lagos e rios.
Finalizando a noite, o ritual “Huni-Kuin” traz a saga do pajé em busca de uma terra sem males. Ele chega num espaço sobrenatural, canta com os espíritos e, juntos, redesenham o mundo.
3ª noite – O futuro é ancestral
Inspirado no escritor indígena Ailton Krenak, quando diz que o “O futuro é ancestral”, o Boi-Bumbá Garantido, nesta última noite do Festival de 2024, aponta para o futuro e exige respeito e reconhecimento dos saberes dos povos ancestrais.
O canto de esperança do “Uirapuru” será apresentado como Lenda Amazônica. Ela narra a história da cunhã Yaci e seu amor pelo guerreiro Wassiri.
“O Caboco” será a Figura Típica Regional da noite, mostrando a rotina de homens e mulheres que moram em áreas de mata ou de rios amazônicos. Encerrando a noite, Garantido traz o ritual indígena “Jeroki Kaiowá”, sobre o equilíbrio do cosmos para a perpetuação da vida.