Indígenas comemoram chegada de iluminação pública, pela primeira vez, a aldeias de Parintins
Por Redação* |
Fotos: Tiago Corrêa/UGPE |
“Estou muito contente e meu povo também, por receber essa iluminação que vai beneficiar muito a nossa aldeia”. A declaração é do tuxaua Lorimar Batista, da aldeia Vila Batista, localizada em Parintins.
A declaração do tuxaua Lorimar, feita em sua língua nativa, foram traduzidas pelo professor da aldeia Edivaldo Batista. A Vila Batista foi uma das sete aldeias da Terra Indígena Andirá-Marau, que receberam, pela primeira vez, iluminação pública, proporcionada pelo programa desenvolvido pela Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE) do Governo do Amazonas. A iluminação de LED, como está sendo implantada, é mais econômica e sustentável que a tradicionalmente usada no interior. Além disso, representa qualidade de vida para os moradores.
Os serviços executados pela UGPE beneficiaram mais de mil indígenas da etnia Sateré-Mawé, que vivem nas comunidades Monte Betel, São Francisco, Nova Alegria, Vila da Paz, Monte Carmelo, Vila Batista e Nova Galileia, na região do rio Uaicurapá.
Uma das principais dificuldades enfrentadas por eles, conforme o tuxaua Lorimar Batista, era o medo de andar pela escuridão à noite, por conta de ataques de animais peçonhentos, principalmente cobras. Além disso, o líder indígena contou que eles não podiam ter uma convivência nas áreas comuns, fazer cultos e rituais à noite. Com a iluminação pública, ele ressaltou que os problemas foram resolvidos.
O professor da aldeia Edivaldo Batista, que fez a tradução das declarações do tuxaua, conta que foi picado por uma cobra jararaca à noite, no final do ano passado, e teve de ser transferido para um hospital da sede de Parintins, onde ficou internado por um mês. O professor destacou que, com a iluminação pública, os alunos que estudam à noite terão mais segurança para chegar até a escola.
“Com essa iluminação, vai melhorar muito, porque vai espantar esses animais. Além disso, nós temos aqui, durante a noite, o ensino tecnológico remoto e, além de alunos da Vila Batista, atendemos também estudantes de outras comunidades que se deslocam para cá nesse período. Portanto, vai ser bem mais seguro ter aula à noite e eu agradeço muito por essa grande melhoria na nossa aldeia, que vai beneficiar também a educação”, comemorou.
Investimento
Parintins está recebendo mais de 9 mil pontos de LED pelo Ilumina+ Amazonas, com investimento total de R$ 17,6 milhões. Em 2022, a sede do município e as cinco maiores comunidades foram contempladas com 6.671 pontos. Nesta segunda fase, está sendo implantada a nova iluminação em 81 comunidades ribeirinhas e indígenas, além de 11 ramais e um novo bairro, somando mais 2.352 pontos.
Os trabalhos nas sete aldeias indígenas que foram beneficiadas no município estavam previstos para iniciar no final de julho. Mas, com a rápida descida do rio, por conta da estiagem deste ano, a instalação teve que ser antecipada.
Nas comunidades ribeirinhas, como é o caso das aldeias, que ficam a duas horas de lancha rápida da sede do município, os equipamentos são levados de ferry boat, embarcação parecida com uma balsa, mas com pequeno calado para poder operar em águas rasas. Nos locais de difícil acesso, o material tem que seguir de voadeira para ser instalado.
Sobre o programa
O Programa Ilumina+ Amazonas está modernizando o sistema de iluminação pública do interior do Estado. Desde 2022, já foram alcançados 42 municípios e 127 comunidades rurais e indígenas, onde foram implantados mais de 74 mil pontos de iluminação.
O programa substitui por LED as lâmpadas de vapor de sódio, de mercúrio ou mistas, tradicionalmente utilizadas na iluminação pública do interior. O LED proporciona uma economia de até 60% no consumo de energia. Garante, ainda, a redução na emissão de gás carbônico na atmosfera e permite maior luminosidade nas vias públicas, o que contribui para a segurança das pessoas.
*Com informações da assessoria da UGPE