Magistrada parintinense recebe o Prêmio Igualdade de Gênero do CNJ
Por Carlos Alexandre |
Foto: Divulgação |
A juíza parintinense Andrea Medeiros é a grande vencedora do Prêmio Igualdade de Gênero do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A premiação ocorreu em Brasília na noite desta quarta-feira (30/08) e a magistrada recebeu a honraria das mãos da ministra Cármem Lúcia.
A premiação fez parte do seminário “Mulheres “Mulheres na Justiça: novos rumos da Resolução CNJ 255”, no Superior Tribunal de Justiça. O prêmio Igualdade de Gênero Aury Moura Costa, inspirado na trajetória da Ministra Carmem Lúcia.
O Conselho Nacional de Justiça reconheceu o trabalho da juíza parintinense na luta por igualdade de gênero. Ela também ela foi uma das coordenadoras da primeira constituição em Nheengatu, principal língua falada pelos povos indígenas da Amazônia, lançada no mês passado em São Gabriel da Cachoeira.
“Estou muito emocionada, foi uma grande surpresa o prêmio e vê a minha trajetória aí fez o meu coração disparar. Eu quero dizer a todas as mulheres, geralmente se começa não é fácil. Não, não é fácil, mas nós podemos sempre”, disse Andrea
Biografia
Andrea Jane Silva de Medeiros é formanda em direito pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) no ano de 1994. Ela integra o Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas. É especialista em direito penal, processual penal, direito eleitoral, mestranda em função social do direito na faculdade autônoma do direito, ingressou na magistratura amazonense em 1998. Atuou como juíza da primeira entrância do interior do Amazonas por 13 anos nas comarcas de São Paulo de Olivença, Benjamin Constant, Juruá e Urucurituba onde exerceu cumulativamente as funções eleitorais.
Foi promovida em 2011 por merecimento da titular da 5ª vara criminal de Manaus, ano que foi eleita membro diretora recursal, integrou o grupo permanente de monitoramento e fiscalização do sistema carcerário, foi nomeada membro do juizado do torcedor criado pelo CNJ com apoio da Fifa para a Copa do Mundo de 2014, neste mesmo ano foi eleita pro comitê gestor regional orçamentário e de gestão e implementação da politica nacional da atenção prioritária de primeiro grau também instituída pelo CNJ.
Em 2015 presidiu a primeira audiência de custodia de Manaus com a presença do ministro Ricardo Lewandowski atuou como titular da zona eleitoral e no ano de 2021 instalou a sessão eleitoral na aldeia maronal do povo Marubo, atendendo pedido da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari, os eleitores e eleitoras dessa comunidade indígenas precisavam fazer deslocamento de aproximadamente 6 dias de barco para chegar ao local mais próximo da votação, situação que prejudicava a participação das mulheres. A nova seção eleitoral viabilizou a ampliação da participação feminina na democracia brasileira, mediante ao exercício do direito ao voto das mulheres indígenas.
Atuou como coordenadora executiva do projeto inédito de tradução da Constituição Federal de 1988 para a língua indígena Nheengatu liderado pela ministra Rosa Weber, que foi lançado em 19 de julho no município de são Gabriel da Cachoeira e ocupou a função de representante da região norte, junto a diretoria de mulheres da Associação dos magistrados brasileiros entre 2020 e 2023.
Hoje, é titular da 5ª vara criminal, atua como juíza colaboradora do GNF, possui várias premiações e um livro publicado: A poética da escrita dos Juízes, da escrita da criança e do adolescente – uma literatura a serviço da proteção integral.