Saiba os cuidados necessários para se viver bem durante o tratamento do câncer de próstata
Por Redação |
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A chegada do Novembro Azul marca um período de busca por conscientização sobre as condições que afetam a saúde do homem, principalmente o câncer de próstata, o tipo de tumor mais frequente entre os homens brasileiros depois do câncer de pele não melanoma. No estado do Amazonas, são esperados 480 novos casos de câncer de próstata por ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Os dados evidenciam a importância do tema, e o Amazonas está entre os estados mais avançados no protocolo de tratamento da doença no Sistema Público de Saúde, como explica o Dr. Giuseppe Figliuolo, médico urologista da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCECON).
“Diversas variáveis devem ser consideradas quando se discute a conduta de tratamento do câncer de próstata em estágio avançado, contemplando desde o diagnóstico, as modalidades de tratamento, as opções terapêuticas utilizadas e principalmente, as condições e particularidades de cada paciente”.
Para o Dr. Giuseppe, a personalização do tratamento, ou seja, fornecer o tratamento certo para o paciente certo, é a chave para a melhor compreensão da realidade do homem e suas necessidades durante o tratamento de uma doença tão complexa.
O exame de sangue que detecta a quantidade de antígeno prostático específico (PSA) é uma das formas de fazer o rastreamento da doença3. Segundo dados do DataSUS, no estado do Amazonas, foram realizados 38,3 exames por 100 habitantes do sexo masculino, sendo um número baixo perto dos pacientes que descobrem tardiamente a doença.
“Por questões culturais, os homens negligenciam mais os sintomas e demoram a procurar ajuda médica, e no caso do câncer de próstata ainda existe toda a questão do machismo muito presente na nossa sociedade, que afasta os homens dos exames de rastreamento”, explica o Dr. Giuseppe. Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), serão mais de 65 mil novos casos de câncer de próstata a cada ano entre 2020 e 2022, principalmente entre homens idosos, acima dos 65 anos.
Quando a doença é diagnosticada em estágio avançado, a prioridade na definição do tratamento deve levar em conta as opções com mais benefícios em qualidade de vida, menos eventos adversos e menor chance de piora das comorbidades.
“Felizmente, os avanços científicos observados nas últimas décadas possibilitaram que os pacientes vivenciem perspectivas muito mais positivas no tratamento da doença em fase avançada, quando o foco está em retardar a progressão da doença. Hoje em dia, as opções vão muito além da quimioterapia intravenosa e da radioterapia – já existem terapias orais que o paciente consegue tomar em casa, e em casos específicos, esses medicamentos estão disponíveis no sistema público de saúde amazonense” esclarece o médico.
O urologista alerta também para sintomas que são comuns durante o tratamento do câncer de próstata avançado, e que merecem atenção.
“É essencial que médico e paciente conversem abertamente sobre alterações observadas durante o tratamento e que podem impactar na qualidade de vida. Nesse sentido, diferenciar os sintomas de cansaço e de fadiga é muito importante. O cansaço é um sintoma pontual e comumente relacionado à alguma atividade realizada ao longo do dia. Já a fadiga está relacionada a uma falta de energia generalizada para realizar até atividades simples. Por isso, saber identificar a diferença é importante para a definição de uma estratégia que vai ajudar no manejo desses sintomas”.
O médico faz ainda um alerta para os mitos que permeiam o tratamento do câncer de próstata, como a disfunção erétil.
“Em muitos casos, mesmo no tratamento do câncer avançado, essa condição é provisória e reversível. Por isso, mudar a percepção da população masculina com os cuidados com a própria saúde é tão importante. No Brasil, os homens vivem em média 7,2 anos a menos do que as mulheres6: um alerta de que devemos fortalecer os cuidados com a saúde do homem e do tratamento do câncer que mais atinge esse público, principalmente entre os idosos” finaliza o especialista.