Uma história de amor pelo teatro, por Eliana Duarte
Por Fernando Acioli |
Fotos: Fernando Acioli |
O teatro é uma arte escrita ao vento, mesmo vento que ecoa a trajetória de vida de Eliana Duarte. Aos 13 anos de idade, ela subiu em um palco pela primeira vez para declamar uma poesia de sua autoria.
“Me inscrevi no curso de artes cênicas, ministrado pelo grande artista Wagner Mello e nunca mais parei”, comenta a artista.
Ao final do curso, Eliana formou um grupo de teatro chamado GRUTEP (Grupo de Teatro Pastoral). Ao lado da nova trupe, a coisa começou a ficar séria. Com o apoio de alguns amigos, realizou vários espetáculos, entre eles: a Casa do Papai Noel, do Studio 5.
Além do grupo teatral, Eliana trabalhou também como professora de teatro no CMEI José Érico em Manaus.
“Viver de teatro é a minha vida e levar essa arte para todos é a forma de imortalizar a arte nobre de sorrir”, comenta.
Em 2010, surgiu uma oportunidade para trabalhar na Secretaria de Assistência Social de Presidente Figueiredo, onde Eliana assumiria a direção artística e teatral em projetos sociais do município.
“Vim para essa linda cidade em caráter de experiência, mas acabei me apaixonando, pelas pessoas, por esse município e pelas oportunidades e esse amor me mantém aqui hoje”, ressalta.
A artista é católica praticante e somou sua fé ao amor pelas artes cênicas na montagem dos espetáculos Auto de Natal e Paixão de Cristo realizados todos os anos em Presidente Figueiredo.
“Quando cheguei no município, o Auto de Natal já estava instituído, comecei ajudando nos ensaios e depois tive a oportunidade de colocar minha roupagem nesse espetáculo”, salienta.
O nascimento de Jesus Cristo é encenado por crianças e adolescentes de Presidente Figueiredo todos os anos e costuma atrair milhares de pessoas. Assim como a paixão de Cristo, que em pouco tempo se tornou um dos maiores espetáculos a céu aberto do Amazonas.
“O espetáculo da Paixão de Cristo, foi realmente criado por mim, roteiros e montagem teatral, com coreografias da Ray Monteiro. É reconfortante contar a vida de Jesus Cristo sob a ótica de uma artista, roteirista e poetisa”, confessa.
Aos 13 anos em cima de um tablado, Eliana sabia que seria para toda a vida. Hoje, ao ser questionada sobre como se sente ao final de cada espetáculo, ela responde com olhos marejados e um imenso sorriso no rosto.
“Vejo ao final de tudo e sinto que o grande Arquiteto do universo me ama, pois Ele realiza meu sonho de poder ser quem sou, e fazer da minha arte, a mola propulsora dos sonhos de cada um que encena ou assiste nossos espetáculos, e quando termina, sou agraciada com o que há de melhor: os aplausos e o amor a mim ofertados por todos, e penso, o que mais posso querer? Sou feliz, seguindo com meu grande par, o senhor Teatro e todas as suas invenções”, finaliza.