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Vida e história no Bairro Paulo Correia: um relato de Nildo Feitosa da Silva

Por Erik Silva*|
Foto: Erik Silva|

Em entrevista com Nildo Feitosa da Silva, um morador de 51 anos, que chama o Bairro Paulo Correia de lar há mais de duas décadas, compartilhou sua experiência e profundo conhecimento sobre essa comunidade. Suas palavras carregadas de significado e os momentos marcantes que ele compartilhou pintam um quadro vívido do passado e presente do bairro.

Ao embarcar em uma viagem pela história do bairro Paulo Correia, anteriormente conhecido como Itaúna, Nildo nos relata: “Eu resido neste local há exatos vinte e um anos. A origem deste bairro remonta a tempos distantes, quando era chamado de Itaúna. Quando me mudei aqui, o bairro ia apenas até a rua doze, de acordo com o mapa do setor de terras e cadastro. Então, já havia as ruas treze, quatorze, a atual dezesseis e a próxima.”

Ao questionarmos sobre festas e eventos comunitários no passado, Nildo compartilha com nostalgia: “Normalmente, as festividades aconteciam no Bumbódromo, no Ilha Verde e na frente da cidade, especialmente durante o período de festivais.”

Nildo destaca com emoção um episódio que marcou profundamente o bairro: “Um momento emblemático aqui foi quando houve a tentativa de deslocar os moradores da rua treze até a dezessete. Naquela ocasião, o ex-prefeito, que agora não está mais entre nós, tomou a iniciativa de adquirir toda essa área, fornecendo títulos de propriedade definitivos a todas as pessoas que aqui residiam. Isso, para mim, foi um evento inesquecível.”

Quanto às mudanças notáveis no bairro, Nildo menciona: “Uma das transformações mais significativas para mim foi o asfaltamento das ruas, substituindo o antigo piso de piçarra e areal, quando os carros passavam levantando nuvens de poeira. O asfaltamento abrangeu todo o Bairro Paulo Correia, assim como a construção da ponte. Na época, atravessávamos o rio em pontes improvisadas e tínhamos que pagar para usar o transporte.”

Durante a entrevista, Nildo expressa tristeza ao falar sobre as tradições que estão gradualmente desaparecendo: “Tradições como a quadrilha, que costumava unir pessoas de vários bairros, estão desaparecendo, assim como a pastorina. Além disso, as brincadeiras de rua, que eram uma parte fundamental da infância, estão se tornando raras. O mesmo acontece com o esporte, que antes era praticado nas ruas, mas agora se concentra em ginásios, devido à construção de escolas nos campos. É uma triste constatação de que nossas tradições e formas de entretenimento estão perdendo espaço.”

As palavras de Nildo Feitosa ressoam como um registro valioso das mudanças e tradições que moldaram o Bairro Paulo Correia ao longo do tempo, proporcionando uma visão única da rica história desta comunidade.

*Projeto Jovens Comunicadores de Parintins

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