As consequências dos alagamentos do Rio Machado em Ji-Paraná
Por Khauane Farias |
Fotos: Khauane Farias|
“O depois é tão devastador quanto o momento em que a água chega invadindo minha casa”. Sentada na sua cama, ao lado dos pertences que retirou de sua residência, Maria Rodrigues narra como é viver no bairro Primavera, um dos primeiros a sentir a subida do nível do Machado.
Maria mora há nove anos no mesmo local, porém, conhece o roteiro dessa época de chuvas há pelo menos 44 anos, desde que chegou em Ji-Paraná. Diz que assim que o rio começa a subir, vem também uma infestação de animais, como cobras e caramujos. Os efeitos da chuva não terminam com o final da temporada de água, pelo contrário, a vida continua complicada. O que resta são os buracos e falta de estrutura.
A saída de sua residência foi com o suporte do corpo de bombeiros, mas teve que deixar pra trás muitas coisas que não conseguiu retirar. O suporte básico é oferecido pela assistência pública. Por outro lado, a angustia de ver seus pertences sendo consumidos pela água não tem fim.
Agora, sua espera é pelo retorno da normalidade, e a saudade de casa. E mesmo segura, ainda se mantém aflita, pensa nos vizinhos que decidiram não sair. “A gente pensa, não, a água só vai chegar até aqui, mas quando vê, já invadiu tudo”.
Maria foi a primeira a chegar no abrigo temporário destinado a famílias atingidas pela cheia. O local fica no Ginásio Adão Lamotta.
Segundo a defesa civil, até o momento foram realizados dois resgates. Qualquer suporte necessário, basta ligar no 193.
O recomendado é que não espere a água chegar a sua residência, mas que sai o quanto antes, para evitar maiores prejuízos e riscos.