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Conheça a realidade social das comunidades ribeirinhas de Coari

Por Andria Kamilly* |
Fotos: Divulgação  |

A vida na zona rural de Coari, especificamente nas comunidades ribeirinhas, é marcada por desafios de acesso a necessidades básicas e que precisam de atenção por parte do poder público para os moradores dessas áreas.

Transporte, acesso à educação e a serviços básicos de saúde são os principais pontos que necessitam de investimento e infraestrutura adequada na região.

A principal via de transporte para as comunidades ribeirinhas é a fluvial, utilizando barcos e canoas para o deslocamento. Durante o período de chuvas, os rios podem transbordar, tornando a navegação perigosa e isolando comunidades inteiras. O difícil acesso impede que muitos ribeirinhos obtenham serviços essenciais de maneira rápida e eficiente.

A qualidade da educação na zona rural também é uma preocupação constante. Escolas ribeirinhas frequentemente carecem de recursos adequados e professores qualificados. Além disso, crianças e jovens enfrentam longas jornadas de barco para chegar à escola, e a falta de material didático e infraestrutura adequadas comprometem o aprendizado.

Elizângela Nascimento, moradora da comunidade São Francisco do Apaura, no Rio Solimões, relatou sobre a rotina de aulas dos filhos.

“Meus filhos têm apenas 10 a 15 dias de aula no mês. Às vezes, nem a catraia está disponível porque a despesa da catraia atrasa, prejudicando ainda mais a educação”, afirma.

É preciso que o poder público forneça meios e ferramentas para que as comunidades tenham qualidade e a acessibilidade da educação a fim de garantir um futuro melhor para essas comunidades.

O acesso a serviços de saúde é um dos maiores desafios para os moradores dessas áreas. Postos de saúde são escassos e muitas vezes mal equipados e em casos de emergência a demora no transporte fluvial pode ser fatal.

A falta de médicos, medicamentos e infraestrutura adequada colocam em risco a vida dos moradores. Um único agente de saúde não consegue atender a toda a demanda da comunidade, trazendo sérios problemas e agravando a situação de muitos pacientes que necessitam de atendimento contínuo e especializado.

Baseada principalmente na pesca e na agricultura de subsistência, a economia dessas comunidades faz com que muitas famílias dependam de auxílios do governo federal para sobrevivência e sustento.

A falta de oportunidades de emprego formal e o baixo rendimento dessas atividades fazem com que muitas famílias vivam em situação de vulnerabilidade econômica. Investir em capacitação e criar oportunidades de mercado são passos essenciais para melhorar a renda e a qualidade de vida dos ribeirinhos.

“Nosso único sustento é o auxílio do governo que eu e meu marido recebemos. Às vezes fica difícil passar o mês todo com comida na casa. Às vezes no lago não pegamos muito peixe e temos que ir levando”, relata Elizângela.

Investir em capacitação e criar oportunidades de mercado são passos essenciais para melhorar a renda e a qualidade de vida dos ribeirinhos.

O acesso à internet e à telefonia também é limitado, dificultando a comunicação e o acesso à informação. A falta de conectividade impede que os ribeirinhos aproveitem oportunidades de educação à distância e serviços online que poderiam melhorar sua qualidade de vida.

Melhorar o acesso a serviços básicos como educação, saúde, transporte e comunicação é fundamental para garantir uma vida digna e oportunidades iguais para todos os moradores. É necessário que as autoridades, organizações não governamentais e a sociedade civil se unam para desenvolver e implementar projetos que atendam às necessidades dessas comunidades.

Investir em infraestrutura, capacitação e serviços básicos é não apenas uma questão de justiça social, mas também um passo crucial para o desenvolvimento sustentável da região.

*Do Projeto Jovens Comunicadores de Coari

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