
Paisagens de Figueiredo atraem produções audiovisuais para o município
Por Sophia Guimarães*| Fotos: Reprodução |
Presidente Figueiredo tem se destacado como um dos cenários mais procurados por produções audiovisuais nacionais e internacionais. Com suas paisagens exuberantes, que incluem cachoeiras, grutas e florestas densas, o município oferece um ambiente natural único que encanta cineastas e espectadores.
A beleza natural do município já serviu de pano de fundo para diversas produções. Um exemplo notável é o filme Ricos de Amor 2, da Netflix, que teve cenas gravadas na Cachoeira Iracema e na Gruta da Judeia. Esses locais proporcionaram o cenário ideal para os momentos românticos e de conflito dos protagonistas Teto e Paula.
Na série “Presidente Figueiredo: um cenário de sobrevivência extrema”, os espectadores são mergulhados em situações reais de perigo e desamparo enfrentadas por pessoas que se veem perdidas na vastidão da floresta amazônica. As filmagens destacam a beleza e os desafios do ambiente natural de Presidente Figueiredo.
Além disso, a cidade também foi palco para o reality show Largados e Pelados, que destacou a riqueza natural da região e atraiu a atenção de uma audiência global.
Potencial cinematográfico em ascensão
O crescente interesse de produções cinematográficas por Presidente Figueiredo não é por acaso. A diversidade de cenários naturais, aliada à infraestrutura em desenvolvimento e ao apoio das autoridades locais, tem transformado o município em um polo atrativo para o cinema.
Eventos como a 1ª Mostra de Cinema Galo da Serra têm incentivado a produção audiovisual local, revelando talentos e promovendo a cultura regional.
Apesar do potencial evidente, Presidente Figueiredo ainda enfrenta desafios importantes para se firmar de vez como destino consolidado de produções audiovisuais. A beleza natural e a riqueza cultural, por si só, não bastam.
Um dos principais entraves é a infraestrutura. A cidade ainda carece de uma rede robusta de serviços que atenda às necessidades de grandes produções: hospedagem especializada, locação de equipamentos, logística de transporte eficiente e profissionais técnicos qualificados localmente. Isso obriga muitas equipes a trazer recursos de fora, elevando os custos e dificultando a continuidade de projetos.
Falta de incentivos
Embora haja apoio pontual da prefeitura, como na Mostra Galo da Serra, ainda falta uma política pública de incentivo à produção audiovisual mais estruturada e permanente.
Linhas de financiamento específicas, capacitação de mão de obra local e isenção fiscal para atrair produtoras seriam passos estratégicos para profissionalizar o setor na cidade.
Preservação x Exploração
Outro ponto sensível é o equilíbrio entre uso turístico/cinematográfico dos espaços naturais e a necessidade urgente de conservação ambiental. A alta demanda por filmagens em áreas sensíveis, como cavernas e cachoeiras, pode gerar impactos ambientais negativos se não houver fiscalização adequada e planos de uso sustentável dos locais.
Um exemplo clássico dos riscos de descuido foi o ocorrido durante as filmagens do filme Anaconda (1997), gravado em parte na região amazônica. Após a passagem da equipe, relatos indicam que grandes quantidades de lixo foram deixadas às margens do Rio Amazonas, incluindo plásticos e restos de produção.
O caso gerou indignação entre ambientalistas e serve como alerta para cidades como Presidente Figueiredo: é essencial que produções tenham compromissos firmes com a sustentabilidade, evitando que a arte prejudique o próprio cenário que a inspira.
Representatividade
Muitas produções que usam Figueiredo como cenário ainda contam histórias externas à realidade amazônica. Existe uma oportunidade pouco aproveitada de desenvolver roteiros que valorizem a cultura, os povos tradicionais e as narrativas locais, promovendo uma produção mais autêntica e representativa da identidade amazônida.
Oportunidades
Com planejamento, capacitação e uma política cultural mais ousada, Presidente Figueiredo tem tudo para se tornar não apenas um cenário de fundo, mas um verdadeiro protagonista cinematográfico. Transformar suas paisagens em fonte de renda, educação, turismo sustentável e valorização cultural é o próximo grande roteiro a ser escrito — agora com participação ativa da população local.
*Do Projeto Jovens Comunicadores de Presidente Figueiredo
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