Transplantes renais devem voltar a ser realizados no Amazonas em 2023
Por Redação |
Foto: Rebeca Beatriz |
O Amazonas deve voltar a realizar transplantes renais no primeiro semestre de 2023 após cinco anos, no Hospital Delphina Aziz, segundo informou o Governo do Estado, na quarta-feira (16). Além da realização do procedimento, o hospital também deve realizar serviços de otorrinolaringologia, como o implante coclear.
Os transplantes de rins já haviam sido realizados anteriormente no Amazonas, mas eram feitos por meio de parceria com a rede privada, que foi encerrada em janeiro de 2018. Segundo o governo, todo o procedimento será integralmente executado na rede pública estadual de saúde. A meta inicial é realizar oito transplantes mensais.
O início dos transplantes está previsto para o primeiro semestre de 2023, mas a rede já começou a trabalhar nas fases preparatórias, como a capacitação de equipes médicas, enfermagem e multiprofissionais.
A capacitação está sendo realizada pelo Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), com apoio do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) do Ministério da Saúde.
No Delphina Aziz será feito o transplante renal de doador vivo ou falecido, compreendendo toda a linha de cuidado, desde o pré e pós-transplante até possíveis intercorrências. A implementação do transplante renal trará avanços importantíssimos para o Amazonas, tanto para a rede estadual de saúde como para o funcionamento do sistema nacional de transplantes.
O investimento da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) para a realização dos transplantes de rim será de R$ 1 milhão mensais. A implantação dos serviços deve reduzir a necessidade de saída do domicílio, proporcionando assistência mais próxima de seus familiares.
O anúncio contou com a presença do secretário de Estado de Saúde, Anoar Samad, e participação de representantes de organizações ligadas aos pacientes transplantados.
As organizações eram a Associação de Pré e Pós-Transplantados de Fígado e portadores de Doenças Crônicas e Hepáticas do Amazonas (APTCH-AM), a Associação dos Transplantado de Hepáticos do Amazonas (ATHA), a Associação do Transplantado do Amazonas e a Federação das Associações de Renais e Transplantados do Brasil (Farbra).
“É extremamente importante que a pessoa consiga fazer o transplante onde ela vive, porque ela vai ter um acolhimento melhor tanto da família quanto do local em que ela se encontra. São muitas variáveis que ajudam o paciente até mesmo a se recuperar”, informou Luiz Belém, membro da Farbra, duas vezes transplantado renal, primeiro em São Paulo, em 1993, e em Curitiba, em 2018.
Atualmente, o Hospital Delphina Aziz tem 362 leitos, sendo 100 leitos de UTI, 10 leitos de hospital dia e 252 leitos clínicos.
Implante coclear
Ainda conforme o governo, a partir do ano que vem, o Delphina Aziz também deve realizar serviços de otorrinolaringologia, com destaque para o implante coclear, que hoje não é feito no Amazonas. Para a implantação do serviço, a SES deve investir, mensalmente, recursos no montante de R$ 230 mil.
O implante coclear será realizado observando as diretrizes da Portaria de Consolidação nº 03/2017, das Diretrizes Gerais para a Atenção Especializada às Pessoas com Deficiência Auditiva no SUS.
Exames Laboratoriais
A unidade também deve passar a realizar exames bioquímicos, hematológicos e hemostasia; exames sorológicos e imunológicos; exames coprológicos; de uroanálise; hormonais; toxicológicos ou de monitorização terapêutica; microbiológicos; imunohematológicos; citopatológicos; anatomopatológicos. Serão feitas ainda biópsia por agulha (histopatologia); e biópsia de peças grandes (histopatologia + imunoflorescência).
Metas, ofertas e serviços
A mata do governo é de realizadas, por mês, 463 cirurgias em regime de internação, entre cirurgias gerais, ginecológicas, urológicas, proctológicas, de otorrinolaringologia, além de cirurgias vasculares e torácicas.
Por mês, em regime de hospital, o Delphina Aziz deve executar 710 procedimentos, entre cirurgias urológicas, ginecológicas, vasculares, dermatológicas, oftalmológicas, coleta de material por meio de biópsia, entre outras.
Entre as metas também está o atendimento mínimo de cerca de 10,4 mil consultas médicas por mês, divididas nas seguintes especialidades: Cardiologia Geral, Endocrinologia Geral, Endocrinologia Pediátrica, Reumatologia Geral, Gastroenterologia Geral, Gastroenterologia Pediátrica, Nefrologia Geral, Neurologia Geral, Neurologia Pediátrica, Urologia Geral, Mastologia Geral, Psicologia, Nutrição, Fonoaudiologia, Fisioterapia e Assistência Social, além das consultas para transplante.