Contos e histórias: conheça a lenda da Naná e as formigas de Manaquiri
Por Giovanna Cramer* |
Fotos: Arquivo pessoal |
Que a Amazônia é recheada de lendas e histórias que nos encantam, isso não é segredo para ninguém, e o município de Manaquiri, interior do estado do Amazonas, também conta com suas lendas.
Uma delas é a história contada pelo professor Sebastião Reategue Francalino sobre a Naná, uma jovem índia da tribo Mura, filha de um respeitado cacique. Naná, com seus sonhos repletos de amor e felicidade, ansiava por um casamento feliz enquanto tecia suas esperanças sob o brilho da lua.
Uma noite, conforme conta o professor, mergulhada em um sono profundo, Naná sonhou com um homem branco e louro em seus sonhos, na qual se declarava. Esse encontro foi repetindo e a jovem se apaixonou pelo seu imaginário. Porém, como num encanto da floresta, o jovem desapareceu, fazendo com que Naná ficasse bastante triste.
Em sua busca incessante pelo jovem dos seus sonhos, Naná encontrou seu trágico destino quando foi picada por uma cobra venenosa na floresta, onde veio a falecer. O Cacique, sentindo a falta da filha, organizou uma busca que resultou na descoberta do corpo da jovem índia entre as folhas de uma árvore chamada “manah”.
A comunidade, em luto, decidiu não enterrar Naná, optando por cobrir seu corpo com folhas em forma de pirâmide. Ano após ano, eles retornavam ao local para prestar homenagens à sua memória. Porém, para surpresa de todos, a pirâmide se transformou em um grande formigueiro, habitado por formigas de tamanho assustador.
Os indígenas, sem acreditar em toda essa situação, buscaram ajuda do líder daquela comunidade, na qual disse que toda essa situação se dava ao Deus do Sol. O que foi percebido é que aquelas formigas vinham a destruir as folhas presentes no local.
Eis que surge o Curupira, a pedido do líder para ajudar a buscar uma solução. E dediciram transformar aquelas formigas em alimentos para suas noites de lua cheia. Os rituais foram realizados até que todas as formigas sumissem e a pequena ilha onde residia a tribo recebeu o nome de Manaquiri, em homenagem à planta medicinal e à cabeça pequena das formigas.
Assim, a lenda de Naná e as formigas de Manaquiri se tornou parte da rica tradição da tribo Murae é celebrada com festa e rituais.
Fonte: professor Sebastião Reategue.
*Do projeto Jovens Comunicadores de Manaquiri