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Conheça as principais plantas medicinais cultivadas no município de Coari

Por Anthony Lopes* |
Fotos: Divulgação |

Um estudo publicado na Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento buscou apresentar a etnofarmacobotânica do município de Coari. O estudo baseou-se na aplicação de questionários, onde foram entrevistados indivíduos de ambos os sexos, com 40 anos de idade ou mais, que cresceram no município de Coari e concordaram em participar do projeto.

Esses critérios foram escolhidos para garantir que os entrevistados possuíssem conhecimento tradicional sobre plantas medicinais e as utilizassem, a fim de fornecer informações sobre formas populares de uso, armazenamento, dosagem e outras características relevantes que auxiliariam nas etapas de produção de fármacos.

Segundo o estudo, 28 plantas são amplamente utilizadas como medicamentos pela população coariense, sendo que 28,57% pertencem à família Lamiaceae; 7,14% às famílias Asteraceae, Malvaceae, Rutaceae e Zingiberaceae; e 3,57% às famílias Anacardiaceae, Anonaceae, Arecaceae, Bignoniaceae, Caprifoliaceae, Chenopodiaceae, Crassulaceae, Euphorbiaceae, Leg. Caesalpiniaceae, Liliaceae, Portulacaceae e Piperaceae.

Das 28 plantas identificadas, 41,66% são indicadas para inflamação; 29,16% para dor no estômago; 16,66% para febre; 12,5% para diarreia, problemas no fígado e como calmante; 8,33% para pressão alta, infecção urinária, bronquite e vermes; e 4,16% para gastrite, insônia, pressão baixa, cólica em bebês, pedra nos rins e vesícula biliar, intoxicação alimentar, reumatismo, sinusite, diabetes, fortificante, anemia, hepatite e sarampo. Todas essas plantas são utilizadas na forma de chá; 3.5% delas também são utilizadas para inalação e higiene.

As plantas mais citadas foram: amor-crescido, bolo (erva), algodão (planta), cidreira (melissa), pobre-velho (cipó), babosa (aloe vera), arruda (planta), alfavaca (manjericão), corama (planta), hortelã (menta), jambu (planta), laranja (fruta), malvarisco (malva), quebra-pedra (planta), mastruz (erva-de-santa-maria), magarataia (planta), crajiru (planta medicinal), elixir parigórico (medicamento à base de ópio), pata de vaca (planta medicinal), sabugueiro (planta medicinal), raiz do açaí (planta medicinal), manjericão (planta medicinal), Marcela (planta medicinal) e graviola (fruta).

Conclui-se que as plantas medicinais são de extrema importância para a maioria da população coariense com mais de 40 anos. Muitas vezes representam a única alternativa de tratamento disponível para as condições que afetam essa população.

Isso se deve ao preconceito cultural em relação ao uso do sistema público de saúde – como postos de saúde e hospitais – ou à falta de recursos financeiros para adquirir medicamentos. Além disso, uma parte significativa da população coariense reside em áreas florestais distantes de farmácias ou locais com infraestrutura adequada. Muitas vezes precisam viajar por dias em embarcações tradicionais para chegar a Coari ou outras cidades do interior do Amazonas que possuam melhor infraestrutura.

É importante destacar o quão rico é o município de Coari com relação à vasta variedade de plantas medicinais cultivadas, que além de impulsionar a economia local , também contribui para a saúde e bem estar da população.

 

*Do projeto Jovens Comunicadores de Coari

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