
Moradora de 81 anos relembra chegada em Ji-Paraná e trajetória como educadora
Por Juliana Oliveira | Foto: Arquivo pessoal
Aos 81 anos, Lídia Lima da Fonseca é uma pioneira de Ji-Paraná. Ela chegou ao bairro 2 de abril, em agosto de 1972, poucos meses após a inauguração da ponte sobre o rio Machado, acompanhada da família. A migração foi motivada pela abertura de terras promovida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, em um período de grande incentivo à ocupação da Amazônia.
Na época, Ji-Paraná ainda era conhecida como Vila Rondônia e contava com poucas casas, cercadas por mata e estradas de terra.
Nos primeiros anos, a pioneira enfrentou diversas dificuldades. Logo após chegar em Ji-Paraná, a família se mudou para um sítio em Ouro Preto do Oeste, então pertencente ao município. Em 1973, ela começou a lecionar em uma escola improvisada, construída com tábuas de coqueiro e com estrutura muito simples.
Em 1979, retornou a Ji-Paraná com os filhos, onde deu aulas na recém-inaugurada Escola Gonçalves Dias até sua aposentadoria, em 2003. Durante esse tempo, também cursou faculdade pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e concluiu pós-graduação pela Universidade de Cuiabá.
Como mulher e professora, ela afirma que sempre foi respeitada. Apesar das condições precárias, lembra com carinho da dedicação dos alunos e do apoio das famílias. Ao refletir sobre as transformações da cidade, Lídia Fonseca expressa saudade da tranquilidade de antigamente e dos amigos que já se foram.
Ela recorda a simplicidade da vida, quando era preciso afastar o capim colonião com as mãos para chegar à igreja. Como mensagem às novas gerações, deixa um conselho: “Os moradores de hoje devem se sentir felizes, porque Ji-Paraná foi construída com muito esforço. Antes só existiam os bairros Dois de Abril e Posto Jotão (hoje Nova Brasília), e agora temos uma cidade cheia de conquistas e desenvolvimento”.
*Do Projeto Jovens Comunicadores de Ji-Paraná
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