
No Dia dos Povos Indígenas, Caprichoso lança o álbum “É Tempo de Retomada”
Texto: Alexandre Pequeno | Fotos: Raine Luiz
Lançamento ocorreu no Curral Zeca Xibelão, em Parintins
No dia em que se celebrou a defesa dos Povos Indígenas, no sábado (19/04), o Boi Caprichoso lançou o álbum “É Tempo de Retomada” em grande festa no Curral Zeca Xibelão, reduto azulado em Parintins (município distante 369 quilômetros de Manaus).
O álbum, que irá nortear as apresentações do bumbá no 58º Festival Folclórico de Parintins, já está disponível em todas as plataformas de streaming de música.
“Estamos muito felizes com o resultado do álbum. Algumas toadas as pessoas não entendem mas vão entender na arena, pois, algumas coisas são pensadas para a arena. Mas também temos muitos hits de galera, como ‘Até o Tucupi de Amor’, por exemplo”, afirma Rossy Amoedo, presidente da associação folclórica.
Em 2025, o Boi Caprichoso batalha por um tetracampeonato inédito, embasando as toadas do novo álbum no projeto de arena a ser executado no Bumbódromo de Parintins.
“Nossas alegorias já estão em andamento, nossas coreografias já estão em andamento, bloco A, bloco B, e parte do bloco C já está quase todo executado. É um projeto audacioso, um projeto novo, tradicional, mas, ao mesmo tempo que a gente se propõe a retomar as tradições do boi, também analisamos e consideramos todas as questões contemporâneas, todas as questões atuais em que a Amazônia se encontra”, completa Ericky Nakanome, presidente do Conselho de Artes do Caprichoso.
‘Até o tucupi’ de gente
Com o curral completamente lotado, a festa iniciou com o apresentador Edmundo Oran e a tradicional chamada do Boi Caprichoso. Em seguida, o levantador de toadas, Patrick Araújo chegou para o delírio da galera azulada.
O estreante amo do Boi Caprichoso, Caetano Medeiros, foi um dos destaques da noite ao trazer seus versos em forma de desafios, inflamando a torcida azul contra o adversário, Boi Garantido. Ao alfinetar seu rival, João Paulo Faria, Caetano relembrou que o dono da fazenda contrária ainda não conseguiu levantar o troféu de campeão do festival.
A apresentação dos itens femininos do Bloco B do Caprichoso iniciou com Valentina Cid, sinhazinha da fazenda, que evoluiu com a toada “Caprichoso – Rei do Quilombo”, declaração de amor o bumbá azul. Cleise Simas, rainha do folclore, evoluiu a toada que já ecoa pelo lado azulado da ilha, “Palmares, uma invasão Caprichoso”.
Sempre estonteante, Marcela Marialva mostrou sua força ao som de “Tambor de Guerra” e a cunhã Marciele Albuquerque evoluiu a lenda amazônica “Kãkãnemas – A Incorporação”. O último deste bloco a se apresentar, o pajé Erick Beltrão mostrou o porquê de gabaritar nos últimos dois festivais ao evoluir a inédita “Yurupari – O Legislador”.
A festa de lançamento atravessou a madrugada de 21 de abril com toadas que já fizeram história e sempre levam o público ao delírio. Boi Caprichoso se mostrou seguro, firme e disposto a manter o troféu de campeão do festival pelo quadro ano consecutivo.
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