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Artesanato sustentável em Presidente Figueiredo: a trajetória de Priscila Menezes com casca de cupuaçu e fibras naturais

Por Sophia Guimarães | Fotos: Arquivo Pessoal |

Na floresta e por meio do cupuaçu, nasce uma arte que fala de ancestralidade, afeto e sobrevivência. É nesse cenário que encontramos Priscila Barbosa de Menezes, 38 anos, artesã por paixão e herança. Seu trabalho é mais do que criação manual, é um ato de amor e memória.

Priscila aprendeu com sua mãe, que fazia forces e artesanato com a casca do cupuaçu. “Cresci vendo ela trabalhar com isso”, relembra. E foi ali, entre as fibras e sementes, que germinou a semente da artista que hoje encanta quem conhece seu ofício.

A matéria-prima vem direto da natureza: casca do cupuaçu, fibra da bananeira, madeira reaproveitada e sementes da região. Tudo é transformado pelas mãos de Priscila e de seu companheiro de vida e trabalho, Edvaldo José da Silva. Suas criações são vendidas ao público em geral, com destaque para os turistas que buscam levar uma lembrança autêntica da Amazônia.

O trabalho é também coletivo. Priscila participa do Clube de Mães e conta com o apoio da Secretaria Municipal de Turismo, Empreendedorismo e Comércio (Semtec), que organiza feiras e eventos, onde ela sempre marca presença com suas peças e sua história. “Vendemos sempre na Festa do Cupuaçu, um momento muito especial pra gente”, diz.

A virada em sua trajetória veio em 2016, quando sua mãe foi diagnosticada com câncer em estágio terminal. “Ela ficou sem condições de fazer suas peças. Eu tive que assumir tudo: abrir a empresa, continuar indo às feiras, produzir. Não podia deixar o trabalho dela morrer.”

E assim, com coragem, Priscila transformou a dor em força. Em 2020, foi nomeada coordenadora de artesanato da cidade, cargo que ocupou até 2024. Foram quatro anos de trabalho intenso para valorizar a identidade cultural local. “Hoje vemos artesanato sendo vendido em vários pontos da cidade. A classe cresceu e se fortaleceu.”

Além de produzir, Priscila também ensina. Ela dá aulas para jovens e adultos do município, ajudando a disseminar o conhecimento que um dia recebeu. O maior desafio, no momento, é a falta de financiamento para manter a produção durante o ano todo, já que a coleta da matéria-prima depende do período da safra.

Mas, mesmo diante das dificuldades, ela segue firme. “A gente não pode desistir. É uma tradição familiar. É o legado da minha mãe. Eu quero que o saber dela alcance outras pessoas”, diz, com emoção.

*Do Projeto Jovens Comunicadores de Presidente Figueiredo

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