A jornada notável de Marcos Biesek e seu compromisso com Ariquemes
Por Mayssa Ludmila*|
Fotos: Arquivo Pessoal de Marcos|
A rica diversidade cultural de Ariquemes é moldada por histórias fascinantes, como a da família de Marcos Biesek, que há décadas criou raízes profundas em Rondônia. A jornada dessa família foi marcada por desafios e um firme compromisso com causas sociais, deixando uma marca indelével na região.
Quando a família chegou a Rondônia, (Marcos), o filho que mais tarde se tornaria uma figura proeminente na cultura local, tinha apenas quatro anos. A separação geográfica da família era evidente, com 10 tios por parte de mãe e 9 por parte de pai, todos vivendo no sul do Brasil. O contato com os parentes era limitado, e os avós também permaneceram distantes, já que nenhum outro membro da família se aventurou a seguir para Rondônia, deixando os pais como os únicos representantes familiares na região.
A história da família tomou forma quando o pai começou a trabalhar na Caerd (Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia) em 1986, enquanto a mãe dedicava sua vida ao ensino primário e também atuava como enfermeira e parteira. A mudança para Rondônia foi uma decisão que ocorreu após uma visita exploratória do pai alguns meses antes, resultando na decisão corajosa de mudança para toda a família.
No entanto, a família não apenas construiu uma vida em Rondônia, mas também se tornou ativa em questões políticas e sociais. O pai desempenhou um papel fundamental na fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) em Cacaulândia e participou ativamente de movimentos sociais, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e o Grito dos Excluídos. Além disso, ele liderou sindicatos em sua categoria, enfrentando perseguições e demissões ao longo do caminho. Sua notoriedade cresceu quando ele foi demitido por atirar um ovo no candidato a governador Osvaldo Piana.
A mãe enfrentou seus próprios desafios, começando sua carreira como professora primária e depois trabalhando como assistente em um campo relacionado à saúde. Ela lidou com tarefas como o cadastro de pacientes e outras responsabilidades de recepção, demonstrando sua resiliência e dedicação.
A jornada da família foi marcada por altos e baixos, incluindo uma tentativa do pai de cursar psicologia, que foi interrompida devido à depressão. Atualmente, o pai está aposentado e vive em Porto Velho, enfrentando desafios pessoais em seu relacionamento e saúde. Os anos separaram os filhos e o pai devido a conflitos familiares, enquanto a mãe agora se prepara para entrar em sua aposentadoria.
Hoje, Marcos Biesek, um membro da família, é um cantor, professor e renomado compositor em Rondônia. Sua música, escrita em 2015, retrata cenas do início do estado, contribuindo para preservar e celebrar a rica história cultural da região.
Marcos Biesek é cantor, professor e um dos maiores compositores do estado de Rondônia. Em uma de suas músicas retratou cenas do início do estado escrita em 2015.
“Essa música (De Índio não tinha ninguém) foi inspirada na reflexão sobre o progresso. Os índios, que tiveram que ceder seus territórios para abrigar estradas, ferrovias, hidroelétricas e etc., não tem acesso a esse progresso e nem a nenhum outro tipo de compensação ou seja, trem da madeira mamoré, que corta diversos territórios originalmente indígenas, não tem nenhum índio entre os seus passageiros.” Disse
O primeiro verso diz: alemão tinha pra mais de cem, holandês, coreano, americano, todos estavam no trem… Mas de índio, não tinha ninguém”
*Do Projeto Jovens Comunicadores de Ariquemes