Ambulanchas salvam vidas em comunidades ribeirinhas da Amazônia
Por: Fundação Amazônia Sustentável
Foto: Divulgação
Durante uma urgência médica, o tempo que os pacientes levam para chegar até uma unidade de saúde é decisivo para a sua recuperação. Nos centros urbanos, a população tem o apoio das ambulâncias para fazer o transporte dos pacientes. Porém, nas comunidades ribeirinhas da Amazônia, que vivem sob o regime das águas e usam os rios como vias de transporte, os veículos que salvam vidas são as ambulâncias fluviais, mais conhecidas como ‘ambulanchas’, que realizam o atendimento emergencial para essas populações.
Por meio da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e parceiros, como a Embaixada da França e Todos pela Saúde, diversas comunidades já têm o apoio das ambulanchas para prestar socorro em urgências e emergências médicas. A organização já doou 126 desses veículos fluviais, que beneficiam 582 comunidades em 28 Unidades de Conservação (UCs) na região. Cada veículo custou, em média, R$ 78 mil. Nos últimos dois anos, a FAS investiu aproximadamente R$ 1.545.270,00 na aquisição dos veículos fluviais. As ações nas comunidades são realizadas em parceria com Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amazonas (Sema/AM).
“As ambulanchas são de grande importância, pois agilizam o transporte de uma pessoa com enfermidade até o local de atendimento mais próximo de sua localidade, para receber o primeiro atendimento e ser encaminhada, se necessário, para as sedes dos municípios”, explica o coordenador regional da FAS na região do Rio Negro, Adamilton Bindá. Ele é um dos responsáveis por orientar os comunitários sobre o uso correto das ambulanchas para garantir a manutenção do patrimônio.
Segundo Adamilton, as associações de moradores das UCs são responsáveis pelo uso e manutenção das ambulanchas. Ele ressalta que os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) também estão envolvidos na organização, principalmente para garantir que o veículo seja utilizado de forma correta e somente quando necessário. A FAS, em parceria com o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam), realizou treinamentos com ACs e pilotos das ambulanchas para reforçar os procedimentos na hora de transportar os pacientes. Também foram passadas noções de primeiros socorros para as comunidades.
Salvar vidas
O presidente da Associação-Mãe da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Puranga Conquista, Raimundo Leite de Souza, relata que as ambulanchas chegaram às comunidades em um momento crítico: durante a explosão de casos da Covid-19. “Muitos comunitários se infectaram e não havia assistência médica nas comunidades. A ambulancha veio dar esse amparo. Recebemos três ambulanchas que foram alocadas em pontos estratégicos e, assim, conseguimos prestar socorro às famílias”, conta.
Raimundo revela que vários deslocamentos de pacientes foram feitos diretamente para Manaus, incluindo pacientes com Covid-19, mulheres em trabalho de parto, crianças acidentadas, entre outros. “As embarcações proporcionam para a comunidade um suporte a mais para lutar pela vida e pela saúde. Hoje, a ambulancha é um equipamento que zelamos muito, pois conseguimos prestar socorro o mais rápido possível, uma vez que estamos numa UC dentro da floresta. É um transporte de grande importância, não só na pandemia, mas em todos os momentos”, afirma.
As ambulanchas passam por manutenção na comunidade e são alocadas em pontos estratégicos, de fácil acessibilidade e para que não aconteça furto ou dano aos veículos.
Sobre a FAS
Fundada em 2008 e com sede em Manaus/AM, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil e sem fins lucrativos que dissemina e implementa conhecimentos sobre desenvolvimento sustentável, contribuindo para a conservação da Amazônia. A instituição atua com projetos voltados para educação, empreendedorismo, turismo sustentável, inovação, saúde e outras áreas prioritárias. Por meio da valorização da floresta em pé e de sua sociobiodiversidade, a FAS desenvolve trabalhos que promovem a melhoria da qualidade de vida de comunidades ribeirinhas, indígenas e periféricas da Amazônia.