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Caprichoso é o campeão do 57º Festival de Parintins e conquista o tricampeonato

Por Alexandre Pequeno*
Foto: Alex Pazuello e Arthur Castro/ Secom | Raine Luiz

Após hiato de 28 anos, o Boi Caprichoso sagrou-se tricampeão no 57º Festival de Parintins. Com diferença de 0,1 décimo, o bumbá azulado venceu a disputa contra o Boi Garantido e assegurou a vitória no festival. A última vez que Caprichoso havia sido tricampeão foi em 1996.

Rossy Amoedo, presidente do Boi Caprichoso, emocionou ao falar sobre a conquista do tricampeonato do boi azul e branco, após a divulgação do resultado da apuração que definiu o vencedor do 57º Festival Folclórico de Parintins. “É um grande orgulho para mim ser artista e presidente do boi. Dedico esta vitória a todos os trabalhadores, ao nosso conselho de arte e à diretoria, que nos ajudaram a chegar até aqui”, afirmou Amoedo.

Amoedo também aproveitou a ocasião para parabenizar o presidente do Boi Garantido, Fred Góes, e seu vice-presidente, Marialvo Brandão. “Quero parabenizar o presidente Fred e o Marialvo pelo belo trabalho que vocês fizeram. Sabemos das adversidades que enfrentaram, mas hoje é um momento de celebração e de afirmar que o festival pode e deve crescer ainda mais”, disse Rossy.

Por fim, Rossy falou diretamente à torcida azul e branca, agradecendo pela dedicação e comemorando a conquista do tricampeonato após 28 anos de espera. “Quero agradecer a todos os nossos parceiros, colaboradores e amigos que estiveram conosco. Hoje, realizamos um sonho; é um dia muito especial para todos nós da família azul e branca, que celebra com imensa felicidade este título. Vamos comemorar! Eu era criança quando fomos tricampeões pela última vez, e essa criança hoje realiza um grande sonho”.

Após o anúncio da vitória, no Bumbódromo de Parintins, o presidente partiu em caminhada rumo ao Curral Zeca Xibelão, onde a torcida azul e branca prepara grande festa para comemorar o tricampeonato.

Cultura: Triunfo do Povo

O Caprichoso levou para a arena o projeto “Cultura: Triunfo do Povo” e durante as três noites impressionou a galera no Bumdódromo com espetáculos visuais e alegorias imponentes.

Na primeira noite, no dia 28 de junho, com o tema “Raízes: o entrelaçar de gentes e lutas”, o boi Caprichoso exaltou a origem indígena do bumbá e suas lutas ao lado de africanos, árabes, portugueses, judeus e principalmente nordestinos, paroaras que incorporaram a cultura do brincar de boi no seio da floresta amazônica.

A noite foi aberta com a lenda amazônica “A Dona da Noite”, sobre a origem da noite. Em seguida, o “Encontro Cerimonial” trouxe as morubixabas para performance em exaltação às mulheres indígenas.

Como Figura Típica Regional, Caprichoso trouxe “Mestres e Mestras da Cultura Popular Parintinense” e homenageou ícones da história do bumbá, como: Dona Silas Marçal, Ednelza Cid, Chico da Silva e outro. Encerrando a noite, Caprichoso apresentou o ritual indígena “Mothokari, a fúria do sol”, rito de transcendência Yanomami.

Na segunda noite, no dia 29 de junho, com o subtema “Tradições: o flamejar da resistência popular”, a apresentação exaltou as tradições que dão vida ao Boi Caprichoso.

O início foi com a Figura Típica Regional “O Pescador da Amazônia”, exaltando a função daqueles que desbravam o labirinto das águas em busca do sustento, e homenageou Luiz Gonzaga, Pamim e Zé Caiá, mestres pescadores da história do Caprichoso. Da alegoria de Márcio Gonçalves e Marlúcio Pereira, surgiu a Porta Estandarte Marcela Marialva.

Em seguida, os tuxauas do bumbá foram trazidos por módulos alegóricos antes de suas evoluções. Marciele Albuquerque, Cunhã-Poranga azulada, surgiu de um ser alado.

A Lenda Amazônica apresentada “O engeramento de Chico Patuá, um ritual da resistência cultural” mostrou movimentos e beleza plástica. Dos céus, a Rainha do Folclore Cleise Simas foi trazida por um morcego gigante.

Encerrando a noite, o ritual “Rito de Transcendência Marubo”, do artista Kennedy Prata e equipe, trouxe uma visão da terra segundo a etnia residente do Vale do Javari e deixou o público boquiaberto.

Na terceira e última noite, do dia 30 de junho, o Caprichoso trouxe o tema “Saberes, o reflorestar das consciências”, um canto-manifesto, que clama pela vida e pela sobrevivência da floresta.

A apresentação iniciou com a Lenda Amazônica “Do cataclismo Macurap ao reflorestar da vida”, do artista Alex Salvador. Da alegoria, surgiu a Cunhã-Poranga Marciele Albuquerque. A alegoria explorou efeitos, movimentos e pirotecnia.

A Figura Típica Regional da noite, “Sacacas, curadores (as) da floresta” abordou sobre as pessoas que possuem dons místicos da cura. Da alegoria, Edmundo Oran, Apresentador do bumbá, personificou um sacaca. A alegoria também trouxe Sinhazinha da Fazenda, Valentina Cid.

Outro destaque da noite foi a coreografia da reedição da clássica toada “Ritual da Vida”, de Ronaldo Barbosa e Simão Assayag. Um módulo gigante de aranha desceu na arena, levando o balé aéreo.

Caprichoso encerrou sua participação no festival com gigante Ritual Indígena “Rito de cura da Terra: Awa Guajá, o esperançar da floresta”, do artista Jucelino Ribeiro. No centro da alegoria, o Pajé Erick Beltrão surgiu para realizar o rito do povo indígena Awa Guajá.

 

 

 

 

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