Conheça a origem do que atualmente conhecemos como CAPS e sua importância em Rio Preto da Eva
Por Iasmim de Moraes Tavares* |
Foto: Iasmim de Moraes Tavares |
Em muitas cidades brasileiras, o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), exerce uma função fundamental para inúmeras pessoas que procuram por algum tipo de atendimento relacionados à questões mentais ou de dependência química. Em Rio Preto da Eva, o primeiro CAPS surgiu em dezembro de 2008, localizado na rua Governador Álvaro Maia, centro da cidade, iniciando as atividades com apenas sete funcionários e tendo como primeira gerente e fundadora, a Psicóloga Maria do Socorro Ferreira Barroso.
Atualmente, o CAPS Hilda Siqueira Pinto está situado na Rua Gov. Herculano Ferreira s/nº, bairro Centro, e conta com doze profissionais da saúde que trabalham em prol do bem-estar dos pacientes e seus familiares. A recepcionista Elizamar Tavares ressalta: “muitos buscam atendimento em Manaus por não saberem que existe um CAPS em Rio Preto da Eva, e também por terem vergonha de admitir que precisam de ajuda”, ressaltou.
O objetivo da instituição está em atender pacientes em grave sofrimento mental e dependentes químicos, usuários de álcool e outras drogas, afim de devolve-los à sociedade estáveis e aptos para um bom convívio. Diferentemente dos hospícios que mantinham os pacientes dentro de algum ambiente fechado, o foco está em deixar o paciente bem o suficiente para voltar para a família e/ou ambiente de trabalho.
Os serviços oferecidos são: atendimentos psicológico e psiquiátrico, serviço social, enfermagem, atividades terapêuticas, grupos de ajuda e visitas domiciliares.
A importância do CAPS
Recentemente, vimos pela internet muitos memes que mesmo indiretamente e sem intenção comparam o CAPS como se fosse um hospício, ou um lugar apenas para pessoa loucas. “Assim como as pessoas vão a um hospital para tratar a saúde física, da mesma forma, as pessoas deveriam buscar o CAPS para cuidar da mente”, acrescentou Elizamar.
Da recepção, ela vê muita gente constrangida por estar em busca de cuidados psicológicos, o que deveria ser algo comum como qualquer outro cuidado com a saúde acaba por torna-se um constrangimento. “Reconhecer que precisa de ajuda é tão importante quanto buscá-la”, explicou Geana Barbosa, enfermeira do CAPS.
Já a gerente Pauline Bernardo da Silva, salienta que existe um certo tabu e que as pessoas têm dificuldades em aceitar que precisam de tratamento psicossocial. “Uma mente sã, tem por consequência um corpo saudável, sem saúde mental não existe a saúde física”, concluiu.
A história do CAPS
A origem do CAPS remonta de muito antes da reforma psiquiátrica, quando haviam os hospícios que tratavam pacientes sem a menor humanidade, eram feitas sangrias, tratamentos de choque, chicotadas, banhos frios, máquinas giratórias, etc. Por muitos anos, se manteve esse tratamento que mais se assemelhava a uma tortura do que um tratamento em si.
Em 2001, houve então a reforma psiquiátrica, através da lei de nº 10.216/2001, que decretava o fechamento gradual de hospícios e manicômios. Algumas instituições ainda funcionaram até serem fechadas oficialmente. Logo no ano seguinte surge a portaria nº 336, de 19 de fevereiro de 2002, dando início aos CAPS.
*Do projeto Jovens Comunicadores de Rio Preto da Eva