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De Quintal a Patrimônio Cultural: pai e filho buscam o resgate das origens da toada de Parintins

Por Eliziane Figueiredo* |
Fotos: Eliziane Figueiredo |

Em entrevista ao Portal No Ar Parintins, Glaedson Azevedo compartilha os detalhes da criação do projeto “De Quintal a Patrimônio Cultural, uma iniciativa idealizada por ele, por seu pai Edson Azevedo e pela professora Irian Butler. O objetivo da iniciativa é entender e preservar as origens da toada, um ritmo genuinamente parintinense que conduz o Festival Folclórico de Parintins.

“Esse ritmo, chamado de ‘toada do Bem Bumbá’, foi uma das primeiras manifestações culturais que foi reconfigurada pelos mestres da ilha para se tornar parte essencial do festival. Contudo, existem muitas dúvidas sobre sua origem, quem foram os responsáveis por moldá-la e os instrumentos que eram utilizados, muitos dos quais já não fazem mais parte das apresentações”, ressalta Glaedson.

A origem do projeto

O De Quintal a Patrimônio Cultural surgiu a partir de diálogos sobre a história da família Azevedo e da toada, especialmente com a contribuição de Mestre Edson e  Mestre Máriozinho (Mário Azevedo). Ao resgatar a memória desses mestres e da toada, não apenas como um registro histórico, mas também como uma ferramenta para futuras pesquisas acadêmicas, o projeto busca documentar essa história, reunindo informações valiosas que, até então, não haviam sido registradas de maneira sólida.

“Muitos mestres que contribuíram significativamente para o ritmo do festival já não estão mais entre nós, e infelizmente, não deixaram registros formais de suas vivências e conhecimentos”, argumenta Glaedson.

A toada como Patrimônio Cultural

A ideia por trás do nome De Quintal a Patrimônio Cultural é mostrar como a toada, que nasceu nos quintais e nas ruas de Parintins, cresceu para se tornar um patrimônio cultural não apenas da região Norte, mas de todo o Brasil. A toada, que antes era uma expressão local, atualmente é reconhecida nacionalmente, e é essencial que esse legado seja preservado para as próximas gerações.

O projeto terá como resultado final um show documentário em formato audiovisual, onde serão registrados os depoimentos dos mestres que fizeram parte dessa história.

“Dessa forma, esperamos criar um legado que possa ser utilizado tanto pela comunidade acadêmica quanto pela sociedade em geral, permitindo que todos conheçam a verdadeira origem da toada e seu impacto no festival”.

O relato de Mestre Edson Azevedo

Edson Azevedo, mais conhecido como Mestre Edson é figura central no projeto. Ele nasceu e cresceu no Reduto do Caprichoso, onde sua família contribuiu imensamente para o Festival Folclórico de Parintins. Em sua época, muitos instrumentos usados na marujada e na batucada já não são mais vistos nas apresentações. A cuíca, o pau de chuva, e os pantalões, por exemplo, eram instrumentos comuns que ajudavam a criar o ritmo que tornou o festival tão grandioso como é hoje.

“Hoje em dia, infelizmente, muitos desses instrumentos foram substituídos e caíram no esquecimento. No entanto, é importante lembrar que o festival não começou grande como é agora. Ele nasceu de forma simples, nos quintais, com ritmos e instrumentos que foram fundamentais para a evolução e a fama do festival a nível mundial”, relembra Mestre Edson.

A importância de registrar a história

Edson Azevedo também reforça a importância de projetos como o De Quintal a Patrimônio Cultural, que dão aos protagonistas a oportunidade de contar sua própria história. Ele relembra que, embora seu pai, Mestre Máriozinho, tenha sido um dos primeiros a encorar tambores de couro para o festival, não deixou nenhum registro formal de sua contribuição.

“O mesmo acontece com outros mestres que tiveram papéis fundamentais na construção do festival. Por isso, o projeto busca registrar essas memórias antes que se percam”.

O projeto de De Quintal a Patrimônio Cultural será lançado em diversas plataformas e contará com a participação de várias pessoas que contribuíram para a história do festival. Cada uma delas terá a chance de contar suas próprias vivências, de modo que, juntas, seja possível preservar e valorizar a riqueza cultural que o Festival Folclórico de Parintins representa.

 

*Do projeto Jovens Comunicadores de Parintins

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