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Em busca do tricampeonato, Boi Caprichoso exalta a força da cultura popular em projeto de arena

Por Alexandre Pequeno* |
Foto: Raine Luiz |

Na batalha pelo tricampeonato não conquistado desde 1996, o Boi Caprichoso apresentou seu projeto de arena 2024 durante coletiva de imprensa realizada na noite desta quinta-feira (27/06), na Escola de Artes Irmão Miguel de Pascale, em Parintins (a 369 quilômetros de Manaus).

A apresentação, realizada pelo Conselho de Artes, contou com a presença de membros da diretoria, itens individuais e lideranças indígenas, negras e que lutam pela causa ambiental.

“Hoje estamos aqui, firmes e fortes fazendo com que a cultura sempre esteja acima de tudo, e que a estrela desse triunfo seja o que os nossos artistas, itens e torcida precisam para mais uma vez ditarmos regra nesse espetáculo”, disse Rossy Amoedo, presidente do Boi Caprichoso.

1ª noite – Raízes: o entrelaçar de gentes e lutas

A primeira noite de apresentações do Caprichoso exalta a origem indígena do bumbá e suas lutas ao lado de africanos, árabes, portugueses, judeus e principalmente nordestinos, paroaras que incorporaram a cultura do brincar de boi no seio da floresta amazônica.

A noite será aberta com a lenda amazônica “A Dona da Noite”, sobre a origem da noite. Em seguida, o “Encontro Cerimonial” trará as morubixabas para performance em exaltação às mulheres indígenas.

Como Figura Típica Regional, Caprichoso trará “Mestres e Mestras da Cultura Popular Parintinense” e homenageia ícones da história do bumbá, como: Dona Silas Marçal, Ednelza Cid, Chico da Silva e outro.

Encerrando a noite, Caprichoso apresenta o ritual indígena “Mothokari, a fúria do sol”, rito de transcendência Yanomami.

2ª noite – “Tradições: o flamejar da resistência popular”

Nesta noite, o fio condutor será as tradições que dão vida ao Boi Caprichoso. A noite será iniciada com a Figura Típica Regional “O Pescador da Amazônia”, exaltando a função daqueles que desbravam o labirinto das águas em busca do sustento.

A lenda amazônica apresentada na noite será “O engeramento de Chico Patuá, um herói da resistência popular”, que conta a história mítica do homem protegido por um patuá herdado de sua avó.

Encerrando a noite, o ritual “Rito de Transcendência Marubo”, traz uma visão da terra segundo a etnia residente do Vale do Javari.

3ª noite – Saberes, o reflorestar das consciências

Na derradeira noite, o Caprichoso traz um canto-manifesto, que clama pela vida e pela sobrevivência da floresta. A lenda amazônica será “Do cataclismo Macurap ao reflorestar da vida”, sobre o cataclismo criado pelos irmãos Nambuê e Beüd, do Povo Macurap.

A Figura Típica Regional “Sacacas, Curadores (as) da floresta”, exalta as pessoas que possuem mistérios e dons sobrenaturais que transcendem os limites da ciência tradicional.

Encerrando suas apresentações, o ritual indígena “Rito de cura da terra, Awa Guajá, o esperançar da terra” mostra um rito realizado com a caça, mel e água terrena.

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