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Fábrica de bolas em presídio ganha reconhecimento pela qualidade e amplia horizontes

Por Roni Viana |
Foto: Divulgação  |

Uma fábrica de bolas dentro de um presídio em Rondônia tem demonstrado que qualidade pode vir pelas mãos de quem nem sempre fez só a coisa certa. Isso só foi possível pelo empenho do coordenador do Projeto Pintando a Liberdade, Elias Rodrigues, que acompanha todos os dias o trabalho de 33 detentos na confecção de bolas e uniformes esportivos desde 1999, quando o projeto foi instalado.

A fábrica de bolas e uniformes funciona dentro do Presídio de Média Complexidade Pandinha, em Porto Velho, e permite que detentos com bom comportamento e em final de cumprimento de pena possam trabalhar e receber benefícios em vários níveis. Isso porque há os que são conveniados e recebem pelo trabalho e outros tem remição de pena. Essa diferenciação é feita conforme o delito cometido para que levasse à condenação.

Dentro da unidade é possível que o visitante possa circular, tudo de maneira controlada e acompanhada. Os trabalhadores tem ocupações diversas, mas a maioria trabalha mesmo na fábrica de bolas, costurando, cortando e na finalização de bolas e uniformes.

São 33 trabalhando diretamente nos materiais. Destes, apenas dois tem mais de 40 anos, o que indica um problema social juvenil. Mas aponta também que mesmo presos, os jovens ainda veem no esporte uma saída para a condição atual.

Elias Rodrigues explica que há uma capacidade de produção de 150 bolas por dia, mas que essa capacidade nem sempre pode ser plena, já que há uma necessidade de ampliação do espaço físico.

Sobre o projeto, ele diz que gostaria que fosse expandido a outras cidades, como Ji-Paraná, a segunda maior cidade do Estado, atrás apenas de Porto Velho. Lá, Elias diz que já há máquinas instaladas dentro do Presídio Agenor Martins de Carvalho, mas que não estão sendo utilizadas em razão da falta de um coordenador.

O trabalho na fábrica é uma maneira de ocupar os presos, mas também tem chamado a atenção de empresas, que tem contratado mão de obra dos trabalhadores do Presídio Pandinha para fabricar suas bolas. Essa é a qualidade que sai das alas do Presídio e que tem chamado a atenção de empresas de outros estados e clubes de futebol, a exemplo do Genus, de Porto Velho, que já adquiriu bolas do Projeto Pintando a Liberdade.

Elias Rodrigues explica que todas as bolas são costuradas a mão e que a preferência é sempre pelas bolas de 32 gomos, que são as que pegam efeito.

“As bolas mais usadas nos grandes jogos atualmente são de 12 gomos e elas não pegam efeito. É por isso que não vemos mais gols de falta”, disse.

Mesmo com todas essas questões, o coordenador do projeto diz que o mais importante é possibilitar que esses jovens que vão deixar o presídio tenham uma habilidade reconhecida, uma oportunidade de executar um trabalho e uma chance de recomeçar a vida.

Ainda que com algumas dificuldades, ele diz acreditar que o Projeto Pintando a Liberdade pode se expandir e dar nova oportunidade a mais jovens para que possam ter uma profissão quando saírem e se integrarem da melhor maneira à sociedade.

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