Nível dos rios voltam a subir e em Coari barcos de grande porte já conseguem realizar suas rotas
Por Anthony Lopes* |
Fotos: Arquivo pessoal |
A seca histórica que afetou o Amazonas em 2024 já impactou cerca de 767.186 pessoas no estado, conforme o boletim mais recente da Defesa Civil. O órgão também informou que cerca de 190 mil famílias estão enfrentando as consequências da estiagem severa. Este ano, o Amazonas enfrentou, pelo segundo ano consecutivo, a pior seca de todos os tempos, superando o número de pessoas afetadas pela seca histórica do ano anterior.
Todos os 62 municípios do estado estiveram em estado de emergência devido à seca, fumaça e focos de incêndio que atingem a região. A estiagem extrema causou a suspensão das navegações, pois o nível das águas foi drasticamente reduzido, levando várias embarcações a interromper suas atividades por medo de encalhes e acidentes.
Esse período de seca extrema, comum entre agosto e novembro, é caracterizado pela considerável diminuição do nível dos rios, dificultando a passagem de barcos que enfrentam obstáculos antes submersos. O transporte fluvial, principal meio de locomoção em muitas áreas da Amazônia, sofreu com a imprevisibilidade do solo e a exposição de bancos de areia.
O risco de encalhe é um dos maiores temores para os navegadores locais. Com a visibilidade reduzida e mudanças repentinas na profundidade dos canais, muitas embarcações acabaram ficando presas em áreas que, durante a cheia, são facilmente navegáveis. Esse cenário forçou empresas e barqueiros a reverem suas rotas e, em muitos casos, interromperem o transporte, impactando diretamente o comércio e a rotina das populações ribeirinhas.
Entretanto, desde meados de outubro os níveis dos rios começaram a subir novamente. Essa repentina elevação das águas pode ser explicada pelo fenômeno conhecido como “repiquete”, típico dos rios da região amazônica, onde os níveis oscilam entre alta e baixa, como um efeito sanfona.
Como resultado desse fenômeno, em Coari os barcos já estão retomando suas atividades e rotas, trazendo melhorias para o tráfego fluvial da região e contribuindo positivamente para a comunidade em termos de renda, economia e educação.
*Do projeto Jovens Comunicadores de Coari