Pesquisa analisa processos comunicacionais e movimentos sociais em Parintins
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Analisar os processos comunicacionais dos movimentos sociais da região do Baixo Amazonas, tendo como base o município de Parintins, foi o principal objetivo de um estudo apoiado pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
A pesquisa intitulada “Movimentos Sociais do “Baixo Amazonas”: processos comunicacionais nas lutas e resistências dos atores coletivos de Parintins e região” foi desenvolvida no âmbito do Programa Universal Amazonas e resultou no lançamento de dois livros: “Comunicação, Questão Indígena e Movimentos Sociais: reflexões necessárias” e “Amazônia e Movimentos Sociais: diálogos entre a cidade e a floresta”, lançados pela Editora da Universidade Federal do Amazonas (Edua).
O estudo foi desenvolvido por Lucas Milhomens Fonsêca, doutor em Educação e professor no curso de Jornalismo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em Parintins. O coordenador tem experiência em publicações nas áreas de Direitos Humanos, Divulgação Científica e Meio Ambiente, Amazônia, Movimentos Sociais e Povos Tradicionais e Indígenas.
Segundo o pesquisador, este estudo não apenas analisou a composição, organização e atuação dos movimentos sociais da região do Baixo Amazonas, mas também identificou as particularidades que os diferenciam daqueles existentes nas demais regiões do país. E ainda verificou quais ferramentas utilizam para divulgar suas ideias, qual o potencial de suas ações a longo prazo, como a comunidade local lida com o modelo de desenvolvimento e as outras manifestações socioculturais existentes.
Respeitando os princípios éticos, a metodologia da pesquisa consistiu em uma investigação a respeito das características históricas de Parintins. Para isso, foram realizadas entrevistas online com lideranças e representantes de movimentos sociais indígenas, quilombolas e de organizações urbanas e rurais.
De acordo com Lucas Milhomens, o estudo evidenciou problemáticas dos povos indígenas, dos ribeirinhos e quilombolas, abordadas a partir de iniciativas de comunicação popular. Existem vários grupos e movimentos sociais locais, com origem e tipos de atuação distintos.
Dessa maneira, a articulação de suas pautas políticas, culturais e de questões ligadas a identidade não ocorre do mesmo modo. Por meio de manifestações socioculturais, o conhecimento é compartilhado em uma dinâmica própria e colaborativa que reflete valores e modos de vida.
A partir do contato com a tecnologia, essa representação ocorre também nos meios criativos, com a elaboração de materiais como jornais, cartilhas, textos, sites, perfis nas redes sociais e produtos audiovisuais mapeando seus principais movimentos.
“Acredito que os resultados da pesquisa contribuem para o debate sobre movimentos sociais e indígenas no Brasil e em especial na Amazônia, com foco para a questão indígena e a construção de seus processos comunicacionais”, reforçou Lucas Milhomens comentando sobre a importância do senso de pertencimento daqueles envolvidos na construção do conhecimento, que promove a resistência e valorização de suas culturas.
Os dois livros que detalham as conclusões das análises da pesquisa estão disponíveis em: https://riu.ufam.edu.br/handle/prefix/6623 e https://riu.ufam.edu.br/handle/prefix/6127
Universal Amazonas
O programa tem o objetivo de financiar atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, ou de transferência tecnológica, em todas as áreas do conhecimento, que representem contribuição significativa para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental do Estado do Amazonas em instituição de pesquisa ou ensino superior ou centro de pesquisa, públicos ou privados, sem fins lucrativos, com sede ou unidade permanente no Amazonas.
*Com informações de assessoria de imprensa