Clamando por todas as vidas, Boi Garantido abre o 56º Festival Folclórico de Parintins 2023

Por Alexandre Pequeno |
Foto: Raine Luiz |

O Boi Garantido abriu o 56º Festival Folclórico de Parintins às 21h desta sexta-feira (30) para defender o projeto “Garantido por toda vida” e tentar levar o troféu de campeão para a Baixa do São José.

A apresentação iniciou com um solo do amo do boi, JP Faria, responsável por introduzir o apresentador Israel Paulain na Arena do Bumbódromo. Em seguida, o local foi invadido por dezenas de artesãos, kaçauerés e trabalhadores em geral para demonstrar todas as vidas defendidas no projeto de arena. Logo após, Sebastião Jr., levantador do bumbá, entrou em cena para entoar o hit “Treme Terra”.

O ritual indígena Nominação Kaiapó foi responsável por trazer a primeira alegoria para a arena. O ato homenageou o nascimento e nominação de um guerreiro
predestinado a defender todas as vidas: o cacique Raoni Metuktire. Da alegoria, surgiu o pajé Adriano Paketá, para delírio da galera vermelha.

Após o ato, Sebastião Jr. cantou a toada tema do projeto 2023 para defender o item “Toada, Letra e Música”.

A celebração indígena escolhida pelo bumbá foi “Lendárias Amazonas”, mostrando a força da mulher para garantir a continuidade da espécie humana. Nesse ato, a Cunhã Poranga Isabelle Nogueira fez uma participação especial.

Em momento marcante na Arena, Garantido colocou cacicas para defender o item “Tuxauas”, ao som de “Tuxauas de Abiayala”.

Para homenagear os sábios ancestrais populares, que vivem em conexão com a floresta e curam por meio de ervas e chás, o item “Figura Típica Regional” apresentou “Curandeiro (a) da floresta”. A alegoria trouxe a Rainha do Folclore, Edilene Tavares.

De um módulo central representando uma flor gigante amarela surgiu Livia Christina, Porta Estandarte estreante na Arena do Bumbódromo.

Na contramão do que estava proposto inicialmente, o bumbá apresentou a lenda amazônica “A Gênese Maraguá”, que seria apresentada no sábado (1º). Ela entrou no lugar de “Kanarott, o espírito da floresta”. Por meio da lenda, a Cunhã Poranga Isabelle Nogueira evoluiu na arena.

O último ato do bumbá, a celebração folclórica “Clamor pela Terra” sintetizou o discurso do bumbá em favor da necessidade da reconexão com Pachamama, Mãe Terra, para a manutenção e a proliferação da vida na Terra. Ao som de “Vendaval de Amor Garantido”, o boi vermelho evoluiu na arena trazendo a Sinhazinha da Fazenda, Valentina Coimbra.