Conheça sobre a origem e cultura da comunidade do Lago do Limão, em Manaquiri
Por Maria Lucila* |
Fotos: Jenny Oliveira / Maria Lucila |
A comunidade do Limão, em Manaquiri, é uma das mais belas do município, com paisagens naturais que encantam os visitantes.
Um dos principais pontos de visita do município é a igreja que fica no ponto mais alto do terreno, onde a escadaria leva a entrada da Capela de Nossa Senhora de Fátima, a padroeira da comunidade.
Origem da comunidade
Segundo as informações de antigos moradores da comunidade, a origem do nome “Limão” está associada ao primeiro morador, cujo nome era “João Limoeiro” que em suas terras cultivava a fruta.
A comunidade Lago do Limão, situada na margem esquerda do município de Manaquiri, está aproximadamente 7 km de distância em linha reta da cidade em transporte fluvial.
Em transporte terrestre, se localiza depois do km 6 da Estrada de Manaquiri, com entrada em ramal que tem aproximadamente 3 a 4 km. Em média, o trajeto tem duração entre 20 e 25 minutos, dependendo do meio transporte.
Festejos e Tradições
A comunidade do Limão tem três festejos tradicionais durante o ano:
- Festa da comunidade do Limão, que ocorre sempre no terceiro sábado do mês de maio, sendo a maior festa da comunidade;
- Festa Agostina da Escola municipal Nossa Senhora de Fátima, marcada por apresentações escolares e danças culturais;
- Arraial da Igreja Nossa Senhora de Fátima, uma tradição que marca gerações e homenageia a cultura local católica.
Além dos festejos, a comunidade possui três famílias tradicionais e pioneiras que marcaram a história da comunidade: Família Solto, Família Freitas e Família Medeiros.
Lago do Limão durante a seca
A estiagem de 2024 já causa diversos problemas na comunidade pela falta de água e pela dificuldade do principal meio de transporte usado pelos moradores, o fluvial, além da principal fonte de renda e alimento, o peixe.
A moradora Francisca, 47 anos, comenta sobre a dificuldade dos moradores para conseguir água potável para beber. “Eu moro um pouco distante da comunidade. Então para conseguir água é preciso subir o barranco e pegar água potável em uma casa de alvenaria. É um sacrifício para chegar, a gente não tem transporte por causa da seca e o único jeito de chegar na comunidade é por terra”.
O morador Edinamar, 53 anos, comenta sobre a situação da pesca na comunidade. “Esse lago é o único local onde ainda dá para pescar, mas o cheiro de peixe podre é muito forte e temos que selecionar os peixes porque alguns já estão mortos e não servem para o consumo”.
Educação em época de estiagem
A escola municipal Nossa Senhora de Fátima, fundada em 1966, atende 60 alunos, distribuídos entre o ensino infantil, ensino fundamental no turno matutino e o tecnológico.
O gestor da escola Nossa Senhora de Fátima, Agassis Solto, menciona que a principal dificuldade dos alunos na época de estiagem é a chegada dos alunos até a escola.
“Temos alunos que para chegar na escola precisam caminhar uns 4km, apesar de ter ramais ainda é muito longe para chegar na escola sem meio de transporte”.
Pensando nessas dificuldades enfrentadas pelos alunos, a escola Nossa Senhora de Fátima aderiu ao ensino com aulas remotas. “Nós fazemos todo um monitoramento para saber se eles estão estudando de forma correta, pedimos fotos e vídeos no horário das aulas e cuidamos para que as atividades sejam corrigidas e entregues”.
*Do Projeto Jovens Comunicadores de Manaquiri