Ator e produtor cultural, Sandromar Simedico se dedica a mostrar a importância da arte em Ariquemes
Por Mayssa Ludmila* |
Fotos: Arquivo Pessoal |
Sandromar Chagas Simedico, 51 anos, é conhecido na cena cultural de Ariquemes há mais de três décadas ao realizar produções teatrais, cinematográficas e projetos culturais que destacam a importância da arte para a cidade.
Sua jornada teve início em 1992, quando, aos 18 anos, participou de uma peça teatral que definiria seu caminho na cultura de Rondônia.
“Minha decisão de seguir na cultura foi por causa de um convite de um amigo para participar de uma peça chamada ENÁ IOMERÊ, de Pillar de Zayas, dirigida por Paulo Ernandes Raposo”, conta Sandromar.
A peça foi um marco ao vencer o primeiro festival de teatro amador do estado, realizado pelo Serviço Social do Comércio (Sesc) em Porto Velho. Desde então, ele mergulhou no universo das artes e jamais voltou atrás.
Em 2004, Sandromar teve a oportunidade de atuar pela primeira vez em uma produção televisiva, integrando o quadro de figurantes da minissérie Mad Maria, da Rede Globo. Foram 42 dias de gravações às margens do rio Madeira, na comunidade Santo Antônio, o que proporcionou uma experiência transformadora para ele. “Foi a primeira vez que vi de perto a engenharia da televisão por trás das câmeras. Aquilo me inspirou a produzir um filme”, relembra.
Esse desejo levou à criação de Linhas e Travessões, uma produção coletiva com roteiro de Rafael Vargas, realizada com recursos próprios e que retratava histórias dos pioneiros de Rondônia.
Em 2007, Sandromar voltou a colaborar com a Globo, desta vez na minissérie Amazônia, gravada no Acre. Durante os 53 dias de filmagens na comunidade Quixadá, ele adquiriu mais experiência e conhecimento, consolidando seu interesse em expandir o envolvimento com o cinema. Nos anos seguintes, participou de oficinas e cursos de dramaturgia, aprofundando-se no universo cinematográfico e buscando novos desafios artísticos.
No final de 2023, ele foi contemplado pelo edital da Lei Paulo Gustavo para desenvolver um curta-metragem intitulado O Contador de Estórias, projeto que dirigiu e roteirizou. O filme destaca pontos turísticos e um pouco da história do município de Ariquemes, além de promover a gastronomia local. “É gratificante poder mostrar o que temos de especial em nossa cidade”, afirma.
Este ano, no entanto, Sandromar não teve o mesmo êxito no edital estadual da Lei Paulo Gustavo, ficando como suplente com um projeto de curta-metragem que previa um elenco maior e uma estrutura mais complexa. “Adaptei o projeto para um média-metragem, mas ele ainda está na gaveta. Tenho, inclusive, um roteiro de longa-metragem que talvez produza no futuro”, comenta, com a esperança de novos recursos.
Além das conquistas, Sandromar reflete sobre a importância da cultura para a saúde emocional e social dos moradores. “Quando ouço críticas sobre priorizar a construção de teatros em vez de hospitais, penso que o entretenimento também ajuda a curar. A cultura proporciona alegria e bem-estar, e isso é vital para manter um povo saudável em todos os sentidos”, defende.
Hoje, Sandromar continua comprometido em criar e promover a arte em Ariquemes, acreditando que ela é um pilar essencial para a construção de uma sociedade vibrante e emocionalmente saudável. Sua história é um testemunho de que a cultura transforma vidas e contribui significativamente para o desenvolvimento de uma comunidade.
*Do Projeto Jovens Comunicadores de Ariquemes