Descarte de lixo em igarapés causam transtornos no Jorge Teixeira
Por: Louise Silva/Equipe No Ar|
Foto: Divulgação|
Os igarapés poluídos e a quantidade de lixo jogado neles são um grande ponto negativo para a cidade de Manaus indo contra o título de capital da Amazônia. Um dos maiores problemas são os igarapés que transbordam no período de chuvas, alagando a cidade e o desaparecimento de peixes por conta da poluição. No Jorge Teixeira, mesmo com as ações e limpezas, a poluição dos igarapés causam transtornos a população que vive no local devido ao excesso de lixo descartado de forma irregular nos córregos.
Com o rápido crescimento populacional de Manaus a partir dos anos 1970 e a abertura da zona franca, surgiram vários migrantes que não tinham opções de moradia e por isso, construíram suas casas nos igarapés da cidade, trazendo problemas de infraestrutura, falta de saneamento básico e a poluição.
Com o passar do tempo, pode-se observar o lixo que foi jogado no igarapé que fica visível na estação seca. Vale lembrar que os igarapés são de grande importância para a drenagem natural durante a estação de chuvas. Algumas ações de limpeza acontecem periodicamente no igarapé do Jorge Teixeira, como ação preventiva ao período de chuvas.
Desaparecimento de peixes
O biólogo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Jansen Zuanon que estuda a poluição dos igarapés, explica que Igarapés são ambientes extremamente vulneráveis a impactos ambientais e encontram-se sob ameaça constante de perturbações por desmatamento, construção de estradas, expansão urbana desordenada, represamento, assoreamento e poluição.
“A degradação de igarapés pode comprometer a comunidade de organismos aquáticos, ocasionando até mesmo a extinção de espécies ainda desconhecidas, o que reforça a necessidade e a urgência de estudos sobre esses ambientes”, afirma.
As alterações causadas pelo homem têm modificado esses igarapés, causando o desaparecimento de espécies como o peixe-camaleão (espécie de aproximadamente 5 centímetros), o acará-anão e a tetra beija-flor, todos considerados raros por causa da poluição.