O desafio de preservar as cachoeiras que impulsionam a economia local em Presidente Figueiredo
Por Sophia Guimarães*| Fotos: Divulgação/ Prefeitura
Conhecida nacionalmente como a “Terra das Cachoeiras”, Presidente Figueiredo, no Amazonas, abriga mais de 150 cachoeiras, grutas e cavernas registradas. Localizada na Depressão Amazônica, a cidade se destaca por suas belezas naturais e pelo grande potencial turístico.
No entanto, o aumento do fluxo de visitantes também traz desafios significativos, principalmente no que diz respeito à preservação ambiental.
A cidade de Presidente Figueiredo é um dos destinos de ecoturismo mais procurados do Norte do Brasil. Suas paisagens são compostas por formações rochosas, águas frias e vegetação amazônica densa. As cachoeiras, como a Iracema, a de Santuário e a Corredeira do Urubuí, atraem milhares de turistas ao longo do ano.
Apesar de sua riqueza natural, o município enfrenta sérios problemas ambientais. Um dos mais visíveis é o acúmulo de lixo em áreas de visitação. Estima-se que, só na Corredeira do Urubuí, sejam recolhidas cerca de sete toneladas de lixo todo final de semana, incluindo plásticos, embalagens e restos de alimentos, de acordo com a empresa Norte Ambiental.
A falta de fiscalização e de infraestrutura adequada para receber o alto número de visitantes agrava a situação. Áreas de preservação sofrem com desmatamento, assoreamento de rios e poluição da água, o que ameaça a biodiversidade local e compromete a qualidade da experiência turística.
Impacto econômico
O turismo ecológico é uma das principais fontes de renda para o município. Um estudo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) mostrou que os visitantes estão dispostos a investir cerca de 13% de sua renda diária na preservação ambiental dos atrativos naturais. Essa disposição representa um potencial de arrecadação de até R$ 4 milhões anuais, se canalizada por meio de políticas públicas ou programas comunitários.
Ainda segundo o estudo, valor estimado do complexo de cachoeiras de Presidente Figueiredo gira em torno de R$ 35 milhões, considerando apenas os serviços turísticos diretos (alimentação, hospedagem, transporte, guias, entre outros). Esses números demonstram como a natureza bem preservada é um ativo econômico poderoso para o município.
Ações de preservação
A proteção ambiental depende de esforços integrados entre poder público, sociedade civil e visitantes. Um exemplo importante é o SOS Urubui, organização local que atua em defesa dos ambientes aquáticos da região. Eles realizam mutirões de limpeza, campanhas educativas e ações de monitoramento ambiental.
A população também pode colaborar de diversas formas:
- Educação ambiental: Conscientizar moradores e turistas sobre o impacto de suas ações no meio ambiente.
- Participação cidadã: Apoiar projetos locais de sustentabilidade e cobrar das autoridades a implementação de políticas de preservação.
- Consumo responsável: Evitar o uso de plásticos descartáveis durante visitas e respeitar as sinalizações e limites das trilhas.
- Voluntariado: Envolver-se em ações promovidas por ONGs e grupos de proteção ambiental.
Presidente Figueiredo possui um patrimônio natural de valor inestimável, que sustenta sua economia e define sua identidade. A preservação das cachoeiras é essencial não apenas para manter o turismo vivo, mas para garantir qualidade de vida às gerações futuras. Com engajamento coletivo e políticas públicas efetivas, é possível transformar o desafio ambiental em oportunidade de desenvolvimento sustentável.
*Do Projeto Jovens Comunicadores de Ariquemes
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